Nada de sapatilhas nem tradições: em 2014, o Festival de Dança de Joinville segue firme na trajetória de estar alinhado às novas técnicas e conceitos da dança. Por isso, as apresentações mais importantes do evento – aquelas pelas quais público, competidores e profissionais esgotam rapidamente os ingressos e lotam o Centreventos Cau Hansen – serão de dois grupos nacionais com grande reconhecimento da crítica: Grupo Corpo, de Belo Horizonte e Balé da Cidade de São Paulo, companhia municipal da capital paulista. Eles virão, respectivamente, para a Noite de Abertura e a Noite de Gala do Festival, com espetáculos inovadores voltados para a contemporaneidade da dança.

O Grupo Corpo esteve em Joinville uma única vez, em 1987, quando também foi a atração de abertura do evento. Na época, a companhia mineira trouxe três coreografias de Rodrigo Pederneiras, o mesmo que criou as obras que serão apresentadas neste ano: Onqotô e Parabelo.

A primeira trata da pequeneza do “Homem” diante do “Universo”, com trilha sonora de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik. Ela foi criada para a comemoração dos 30 anos do Grupo Corpo, em 2005, e agora está sendo remontada e terá a estreia em Joinville. Parabelo é, nas palavras de Pederneiras, a mais brasileira e regional de suas criações coreográficas: tem trilha de Tom Zé e Wisnick, inspiração sertaneja, com uma escritura coreográfica que esbanja jogo de cintura e marcação de pé.

– Estamos tentando trazê-los há anos, porque eles têm uma grande representação na dança contemporânea. Só que, em julho, eles estão sempre em turnê pela Europa, por isso nunca conseguíamos fechar a negociação para o Festival – explica o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz.

Já se vão duas décadas desde que o Balé da Cidade de São Paulo passou pelo palco do Festival de Joinville. Na última vez, a companhia ainda dançou no Ginásio Ivan Rodrigues, em 1995. Agora, eles retornam com a direção artística de Iracity Cardoso (uma das curadoras artísticas do Festival de Dança) e três peças de renomados coreógrafos internacionais: Uneven, que explora o sentimento de estar “fora do eixo”, do espanhol Cayetano Soto; Cantata, inspirada na cultura do Sul da Itália, com uma dança instintiva sobre as relações amorosas, do italiano Mauro Bigonzetti; e Bando Neon, do argentino Luis Arrieta, obra ainda inédita, com estreia prevista para maio.

Neste ano, as datas do Festival de Dança foram alteradas para se adequaram ao calendário da Copa do Mundo. Por isso, ele começará em 23 de julho, com término em 2 de agosto – uma semana depois do que estava previsto anteriormente. Com isso, os ingressos também começarão a ser vendidos com antecedência: para associados do Sócio Mais, estarão disponíveis de 3 a 9 de abril. O público em geral poderá comprar a partir de 11 de abril.

Confira as datas, os locais e os preços dos ingressos do Festival de Dança