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Itapema FM  | 13/12/2013 09h35min

Alunos de dança contemporânea da Escola Bolshoi se formam no domingo

Depois de oito anos de curso, 17 bailarinos estão preparados para atuar profissionalmente

Tuane Roldão  |  tuane.roldao@an.com.br

Após um percurso que durou oito anos, neste domingo, dia 15, às 10h30, 17 alunos de dança contemporânea da Escola de Balé do Teatro Bolshoi no Brasil encerram um importante ciclo ao colarem grau como bailarinos profissionais.

Esta é a sexta turma do gênero a se formar na escola e, pela primeira vez, não haverá um grupo de dançarinos clássicos fazendo o mesmo.

Em 2007, quando a primeira turma contemporânea foi criada, o Bolshoi procurava atender a uma necessidade do mercado, segundo o professor de composição coreográfica Amarildo Cassiano.

— A empregabilidade lá fora pede um bailarino completo, e a dança contemporânea tem um leque muito maior. Porque eles precisam estar amadurecidos, inclusive, estudam esse gênero da sexta a oitava série do curso, a partir dos 14 anos. Trabalhamos com composição coreográfica, teatro, circo, elementos aéreos. A dança contemporânea exige uma experiência corporal e intelectual muito fortes.

Isso não significa que a procura por bailarinos clássicos seja inexistente ou baixa, mas é certo que a dança contemporânea está em evidência, especialmente no Brasil.

— Para o balé, como em qualquer esporte, busca-se um determinado biótipo. Como somos latinos, as meninas são mais curvilíneas. Mas isso é compensado porque nossos corpos são dançantes demais. Tanto que temos vários brasileiros lá fora, inclusive dançando clássico — explica Amarildo.

Conforme o professor, no balé contemporâneo, o investimento é muito maior, não só no termo técnico, mas de criação, de transformação.

— Não formamos apenas bailarinos intérpretes. Tivemos que estruturar bailarinos, criadores, inovadores, que trabalham com produção, iluminação. Pela própria dança contemporânea no mundo, a gente se despe mais. A dança clássica tem uma vestimenta, é mais formal. Já nós trabalhamos com liberdade de movimento, de respiração, liberdade da própria arte. Não há vergonha de errar. Acertamos aqui para não errar lá fora.

Livres para criar

Em parceria com o amigo e colega de quarto Joadson Sousa, 21 anos, Emerson Santos, aos 20, elaborou a coreografia Casulo. A dupla de bailarinos da Bahia apresenta o número inédito em uma noite de gala que ocorre amanhã, às 20 horas, no Teatro Juarez Machado, para convidados da turma. Com eles, o formando João Vitor Rosa também estreia a coreografia Opus nº 1.

— O trabalho coreográfico é sobre nós dois, Joadson e eu — adianta Emerson. — Somos do mesmo Estado, moramos na mesma casa, dormimos no mesmo quarto. Casulo vem da união de dois corpos, de duas espécies que, mesmo diferentes, têm dependência da outra.



Da varanda de casa, os jovem juntaram ideias e começaram a montar o espetáculo. Após 25 dias de pesquisa e muitos ensaios nas aulas de composição coreográfica, com o professor Amarildo, eles estão agora prontos para compartilhar sua criação com o mundo.

— Além da ligação de corpos, buscamos passar para a plateia a ligação de almas, de pessoas. Uma união que falta no nosso universo, interligando as coisas boas. Precisamos seguir um ciclo: não basta ter apenas amor, ou apenas felicidade — explica Emerson.

Segundo ele, a liberdade para criar dada pela dança contemporânea gera um amadurecimento e uma criatividade muito maiores. Por ser esse gênero tudo aquilo que é novo, os alunos ganham espaço para inserir na dança seu dia a dia e expressar seus sentimentos.

Agora, preparada para atuar profissionalmente, a dupla baiana segue para os Estados Unidos em fevereiro para um intercâmbio de dez semanas na Hobbard Street Dance Chicago. Enquanto isso, a olheira que os encontrou no Bolshoi os levará para as melhores companhias de balé de Chicago para que participem de audições.

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