Notícias

Itapema FM  | 05/11/2013 16h05min

Mulheres conquistam espaço nas empresas de jogos eletrônicos

Mesmo com avanço, personagens femininas nos games ainda geram polêmica

Karine Wenzel  |  karine.wenzel@diario.com.br

O tempo em que as garotas eram vistas como "estranhas no ninho" no mundo dos games ficou para trás. Hoje elas têm espaço garantido nas empresas que desenvolvem jogos e assumem o papel de protagonistas em alguns games, embora personagens femininas ainda causem polêmica pelo excesso de sensualidade. No fim de 2012, a consultoria especializada Electronic Entertainment Design and Research (EEDAR) analisou 669 títulos e constatou que 300 deles traziam a opção de escolher ou criar uma personagem feminina.

Dos jogos pesquisados, apenas 24 (menos de 4% do total) tinham mulheres como protagonistas. Na avaliação da jornalista Risa Lemos Stoder, faltam personagens femininas mais fortes nesse meio.

Um dos poucos games que valoriza a característica feminina é Tomb Raider, que tem como protagonista Lara Croft. Gamemaníaca assumida, Risa não se importa de jogar com personagens masculinos, mas critica a "hipersexualização" das mulheres em determinados jogos.

Dennis Kerr Coelho, diretor da Vertical, grupo de empresas de games vinculado à Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), explica que na hora de desenvolver um jogo é feito um amplo estudo para definir a faixa etária, o público-alvo e o gênero do game.

Segundo ele, o público feminino geralmente tem preferência por jogos casuais como Candy Crush. Já os homens elegem como favoritos os temas de guerra e tiro. Coelho afirma que existem muitas mulheres nos jogos eletrônicos e concorda que existe um certo abuso da sensualidade. Ele cita que em alguns casos a própria temática favorece protagonistas masculinos, em especial os jogos de guerra. Outro fator prejudicial é que as próprias empresas do setor são formadas majoritariamente por homens.

Produtora de empresa de games vê sinais de mudança

Porém, essa realidade está em transformação. A designer gráfico Lissa Capeleto, 23 anos, é uma das 10 mulheres que trabalham na Hoplon, em Florianópolis. A empresa foi criada há 13 anos e conta atualmente com 83 colaboradores.

Fã de jogos eletrônicos, Lissa lembra que ganhou o primeiro videogame aos cinco anos. Embora adorasse jogar, não planejava trabalhar na área. Isso porque acreditava ser um mercado restrito no Brasil.

Em 2009, entretanto, Lissa começou a trabalhar na Hoplon como estagiária e gostou tanto do ofício que hoje ocupa o cargo de produtora. Para Lissa, o número de mulheres que atua no setor é pequeno se comparado a outros países, mas há sinais de mudança neste cenário.

— É um ciclo. Quanto mais mulheres consumirem jogos, mais terão interesse em trabalhar com isso e mais assumirão postos de chefia nas empresas que desenvolvem games — ressalta Lissa.

A produtora acredita que a figura feminina nos jogos mudará em breve e deixará de ser vinculada à sensualidade da mulher.

— A gente não quer ser apenas uma mulher com uma espada na mão e armadura de biquíni — diz.

>>>Gamers no mundo

O mundo dos games envolve hoje cerca de 1,23 bilhão de pessoas em todo o planeta, o que representa aproximadamente 17,57% da população

Na América Latina, mais de 20% da população jogam algum tipo de game

O mercado deve crescer 6,7% ao ano e atingir faturamento de US$ 86 bilhões em 2016

Já o número de jogadores deve saltar para 1,55 bilhão em três anos

Fonte: 2013 Global Games Market Report

DIÁRIO CATARINENSE
Daniel Conzi / Agencia RBS

Lissa é uma 10 mulheres que trabalham na Hoplon, em Florianópolis
Foto:  Daniel Conzi  /  Agencia RBS


Comente esta matéria

Notícias Relacionadas

05/11/2013 16h01min
Mulheres representam 41% dos gamers brasileiros, diz pesquisa
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.