O tempo ajudou no primeiro sábado do projeto Viva a Cidade: com sol e temperaturas mais altas, depois da semana do frio histórico, a população de Florianópolis foi às ruas do Centro conferir a estreia da Feira de Artes e Usados, evento que passa a acontecer semanalmente na região entre a Praça XV de Novembro e a Avenida Hercílio Luz.

No primeiro dia da feira, mais de 100 comerciantes aderiram à proposta e mantiveram as lojas abertas até as 16h, entre eles vários brechós, sebos, móveis usados, antiquários, lojas de calçados e de cosméticos.

O objetivo da iniciativa, promovida pela Prefeitura de Florianópolis em parceria com a Câmara de Dirigentes e Lojistas, é unir comércio, gastronomia e artes em um grande núcleo cultural que atraia o público para esta área da Capital.

O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, esteve no local e se disse surpreso com a grande movimentação.

– A primeira edição superou expectativas. Há anos que não se via tanta gente aqui em um sábado. Agora é crescer e ampliar – afirmou.

Um dos trechos mais movimentados da feira foi a rua Nunes Machado, onde dezenas de objetos antigos – como telefones de disco, filmadoras de rolo, bicicletas, balanças, rádios valvulados e até um projetor 16 mm –  despertavam a curiosidade do público.

– Estamos gostando, o movimento está ótimo. Muita gente não sabia que tínhamos antiquário aqui e agora, com as coisas na rua, estão vendo. Abaixamos o preço das mercadorias e estamos vendendo além do esperado – disse o proprietário da loja, Vanderlei Cordeiro.

Ao lado do Museu Victor Meirelles, o corredor artístico recebeu apresentações musicais e folclóricas. Até quem mora longe do Centro decidiu sair de casa para conhecer o evento.

– Moro na Lagoa da Conceição e estou achando maravilhoso. Isso dá vida à cidade. É um lugar agradável e tem atrações para crianças e adultos – disse a funcionária pública Silvia de Brito Oliveira, enquanto a filha Cecília, de 7 anos, brincava na cama elástica.

Confira a galeria de fotos:



Região sofre com abandono

Há cerca de dez anos, com a inauguração do sistema integrado de transporte público da Capital, o Terminal Cidade de Florianópolis deixou de abrigar as linhas interbairros para se tornar ponto dos ônibus intermunicipais.

Mais do que o deslocamento da maior parte da frota do transporte coletivo para um espaço mais moderno e equipado, a mudança alterou a ocupação pública e o fluxo de pessoas nos arredores do antigo terminal.

Aos poucos, o comércio sofreu com a diminuição do movimento e algumas lojas tradicionais fecharam as portas. Foi o caso da A Barateira, que empregava 128 funcionários, e hoje não existe mais. De maneira geral, a região passou a sofrer com o crescente abandono e insegurança.

_ Por ser centro histórico, acho que merecia mais atenção. A iniciativa da feira é ótima, mas nós também precisamos de melhorias físicas na região, como uma solução para o esgoto, calçamento _ disse o comerciante Rodrigo Lopes, proprietário de duas lojas na Rua João Pinto.

De acordo com César Souza Junior, a prefeitura aguarda recursos do PAC Cidades Históricas para fazer obras no local, tais como qualificação de calçadas, aterramento da rede elétrica e instalação de um sistema de iluminação que privilegie o patrimônio público.