| 03/11/2005 16h47min
O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Omero Alves Pereira, discordou, hoje, da afirmação do ministro da Agricultura sobre o compartilhamento de responsabilidades em relação à ocorrência da febre aftosa no país.
Em entrevista ao Jornal da Globo, o ministro Roberto Rodrigues considerou que houve um "relaxamento geral de todos" que propiciou o surgimento dos focos. Mas, para Omero Pereira, também presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Femato), essa generalização é um equívoco.
– Os índices de vacinação demonstram que, pelo menos da parte dos produtores, esse relaxamento não existiu. A cada ano, esse índices têm sido melhores. Obviamente que um relaxamento entre pecuaristas, sempre existe, mas é pontual. Há produtores que compram notas fiscais de aplicação de vacinas, o que configura uma prática ilegal que precisa ser combatida. Mas eles são uma minoria – destaca.
Para o dirigente, a negligência maior foi mesmo do governo federal, que não priorizou a atividade e nem liberou recursos a tempo para o Ministério da Agricultura preparar a defesa do gado brasileiro.
– A falha foi do governo, que não deu a devida atenção. Mesmo o Ministério da Agricultura, cujo trabalho temos acompanhado de perto, desenvolveu esforços para conseguir o dinheiro, o que não ocorreu – acrescentou.
Omero Pereira considera que se não houver uma grande cruzada nacional, que envolva a cadeia produtiva e todos os níveis de governo, o país certamente deverá conviver com esse problema durante muito tempo, ainda.
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