| 27/10/2005 23h21min
A superacareação promovida nesta quinta pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão acabou envolvendo no valerioduto mais três partidos – PSB, PCdoB e PPS – e o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex-ministro das Comunicações. Segundo o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, foi Eunício que indicou o ex-líder do PMDB José Borba, beneficiário de R$ 2,1 milhões da SMP&B, para tratar de assuntos de interesse do partido junto ao PT.
Delúbio afirmou ainda que o PSB foi beneficiado com recursos repassados pelo ex-líder petista Paulo Rocha, que renunciou ao mandato temendo a cassação, e o diretório nacional do PCdoB com R$ 300 mil. Já o empresário Marcos Valério de Souza reiterou o pagamento de R$ 457 mil ao ex-secretário-executivo do Ministério da Integração Márcio Lacerda. Segundo Valério, Lacerda foi apenas o contato do PPS, mas o dinheiro teria ido para o publicitário Einhart Jácome Paz, cunhado do ministro Ciro Gomes, que fez sua campanha presidencial.
O ex-candidato do PSB ao governo do Pará Ademir Andrade teria recebido do ex-deputado Paulo Rocha R$ 300 mil. O presidente nacional do partido, Roberto Amaral, no entanto, minimizou o fato. Ele disse que está aguardando as explicações de Ademir Andrade, antes de tomar qualquer providência.
O ministro Ciro Gomes nega que sua campanha ou mesmo o PPS, sua antiga legenda, tenham recebido recursos de Marcos Valério. Por intermédio da assessoria, o ministro explicou que os recursos repassados a Einhart referem-se ao pagamento de serviços prestados pelo publicitário no segundo turno da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Einhart teria sido convidado pelo publicitário Duda Mendonça para ajudá-lo na segunda fase da campanha presidencial do PT em 2002.
Segundo Delúbio, o Diretório Nacional do PCdoB teria recebido R$ 300 mil em três parcelas de R$ 100 mil. O presidente do partido, Renato Rabelo, admite que o PT pagou algumas despesas assumidas pela legenda em 2002 para divulgação da campanha de Lula. Mas não soube precisar o valor exato e justificou que isso não entrou na prestação de contas do partido, já que o PCdoB não tinha candidato próprio à Presidência e que esses gastos teriam de ser contabilizados pelo próprio PT.
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