| 27/10/2005 17h23min
O presidente do PL e ex-deputado Valdemar Costa Neto reafirmou nesta tarde ter pago despesas assumidas pelo PT durante o segundo turno da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. Os recursos para os pagamentos teriam sido provenientes das empresas do empresário Marcos Valério de Souza.
Outros três depoentes que participam da superacareação realizada hoje pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão confirmaram, segundo o deputado Moroni Torgan (PFL-CE), a existência da prática na campanha de Lula: Marcos Valério, a diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcellos, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
– Era para materiais para a campanha do presidente Lula e do vice-presidente, José Alencar, no segundo turno – disse Costa Neto sobre as despessas assumidas por ele.
Segundo Delúbio, o PT e o PL fizeram um acordo, sob iniciativa do PL, para que esse partido pagasse algumas despesas eleitorais e depois apresentasse a conta. Delúbio conta que o dinheiro foi “coberto” por recursos provenientes das empresas de Valério.
Em outro momento, Delúbio e Valério confirmaram o repasse de R$ 10.837.500 ao PL por meio de Costa Neto e por meio da empresa Guaranhuns Empreendimentos, Intermediações e Participações – empresa considerada de fachada, pertencente à offshore Esfort Trading, usada por Valério para repassar recursos do PT. O presidente do PL negou e disse ter recebido somente R$ 6,5 milhões para o pagamento de gastos de campanha e que outros R$ 2 milhões teriam sido repassados para o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. Todo o dinheiro que recebeu de Valério, alega Costa Neto, foi usado para o pagamento das dívidas de Lula e assumidas pelo PL.
Segundo Valério, os recursos repassados ao PL foram entregues para Costa Neto e para o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas e seu irmão Antônio Lamas. Valério declarou também que apenas parte dos recursos foi entregue em dinheiro. A outra parte do
repasse foi feita por
meio de depósitos e cheques nominais à Guaranhuns.
Marcos Valério disse mais uma vez que os recursos que repassou vieram de empréstimos de bancos privados e não são recursos públicos provenientes de estatais. Ele disse ainda que os empréstimos estão sendo cobrados na Justiça, que penhorou seus bens por este motivo.
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