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 | 04/10/2005 20h49min

Morte de sindicalista é considerada caso de tortura

Ouvidor da Presidência quer delegado e promotores especiais em investigação

A morte do sindicalista Jair Antônio da Costa, 31 anos, está sendo considerada pela Ouvidoria-Geral da Cidadania da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República um caso de tortura.

O ouvidor Pedro Montenegro encaminhou hoje ao governador Germano Rigotto e ao Procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, ofícios solicitando a designação de um delegado especial e de um promotor especial para investigarem o caso.

Costa foi morto na sexta-feira passada ao ser imobilizado por policiais militares e policiais rodoviários estaduais, em Sapiranga, após um protesto contra a crise na indústria calçadista. O laudo preliminar de necropsia indica que Costa sofreu "asfixia mecânica, provocada por contusão hemorrágica de laringe e traumatismo cervical".

Nesta tarde, oito PMs que atuaram no protesto depuseram na DP de Sapiranga. De acordo com o delegado Moacir Fermino Bernardo, todos confirmaram a versão das testemunhas, segundo as quais Costa teria sido morto estrangulado pelo cassetete de um policial rodoviário estadual. Amanhã, será a vez dos policiais rodoviários estaduais prestarem depoimento na DP.

Uma reunião entre sindicalistas do setor calçadista e o secretário da Justiça e da Segurança, José Otávio Germano, definiu um cronograma de ações para melhorar as relações entre as forças policiais e os movimentos populares. A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) lançou nota alertando que a "cultura da violência" foi introduzida na tropa da BM. 

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