| 25/07/2005 21h07min
A mulher do empresário Marcos Valério, Renilda de Souza, irá depor como testemunha à Comissão Parlamentar mista de Inquérito (CPI) dos Correios, segundo decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim.
Na prática, a condição de testemunha obriga Renilda a responder a todas as perguntas feitas pelos deputados e senadores da comissão no depoimento marcado para as 10h desta terça.
A defesa da mulher de Valério, que aparece como sócia de algumas empresas do publicitário, fez duas tentativas junto ao STF para garantir à Renilda o direito ao silêncio. Primeiro, entrou com habeas corpus preventivo, como ocorreu com o próprio Valério e com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Como o habeas foi negado, a segunda tentativa foi fazer com que o STF reconhecesse Renilda como investigada pela comissão, status que também permitiria à mulher de Valério não responder aos questionamentos.
No aditamento, a defesa justificou que a própria comissão determinou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Renilda, em 30 de junho último.
Em sua decisão, Jobim observou que não cabe, após decisão desfavorável, aditar o pedido inicial. De qualquer forma, a decisão garantiu a Renilda o direito de não se auto-incriminar. Segundo entendimento do presidente do STF, por ser cônjuge de um dos investigados, não é obrigada a assinar o compromisso de dizer a verdade.
Marcos Valério, apontado como um dos operadores do suposto mensalão e responsável por empréstimos milionários ao PT, afirma que o depoimento da mulher não acrescentará nada às investigações, uma vez que ela não teria conhecimento administrativo e financeiro das empresas. As contas de Renilda estão bloqueadas desde a semana passada. No dia 20 de julho, ela teria tentado sacar R$ 1,89 milhão de uma agência do BankBoston em Belo Horizonte. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda foi comunicado a respeito da intenção de saque e, em decisão conjunta com o Ministério da Justiça, pediu à Procuradoria-Geral da República que bloqueasse a transação e as contas de Renilda. O pedido foi encaminhado a Jobim, que determinou o bloqueio da conta corrente número 34524202.
Na terça-feira seguinte, dia 2 de agosto, serão ouvidos Simone Vasconcelos, funcionária de Valério que sacou mais de R$ 6 milhões das contas do empresário, e David Rodrigues Alves, policial civil em Minas Gerais que sacou R$ 4,9 milhões.
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