| 14/02/2005 10h21min
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, explicou que a missionária norte-americana Dorothy Stang, morta com seis tiros no Pará, não quis aderir ao Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. De acordo com a integrante da Esplanada dos Ministérios, sem a adesão voluntária não há como inscrever as pessoas ameaçadas.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade desta segunda, dia 14, a ministra contou que a religiosa alegava que queria a segurança da comunidade como um todo e não somente a sua. Em uma reunião com o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, na semana passada, a missionária denunciou que quatro pessoas da região estavam recebendo ameaças de morte.
– A violência de fato é muito grande na região. O problema é que há na Amazônia um déficit de cem anos de presença do Estado – disse.
Segundo Marina Silva, nos últimos dois anos tem sido feito um trabalho intenso pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo Ministério da Reforça Agrária e Ministério da Justiça para de recuperar a terra em posse dos grileiros.
Para ela, essa a violência contra a missionária seria uma reação de setores que nunca viram a presença do Estado, e que estariam ameaçando, inclusive, fiscais do Ibama e do Incra. A ministra relata que até mesmo um helicóptero do Exército chegou a ser alvo de disparos.
– O Estado brasileiro não vai arredar um milímetro – afirmou.
A ministra acrescentou que há semelhanças entre o assassinato de Dorothy Stang e de Chico Mendes.
– A diferença é que hoje pelo menos ela não estava sozinha. Já tinha um esforço do poder público e da opinião pública. Chico Mendes estava sozinho em Xapuri. Ele só foi conhecido quando o The New York Times deu a manchete – disse.
Marina Silva acredita que a escória de vários Estados vão para a Amazônia fazer economia de rapina.
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