Se os jogadores do Figueirense demonstraram raça e garra dentro de campo na vitória por 4 a 3 sobre o Náutico, os torcedores não deixaram por menos. Mesmo nos momentos críticos da partida, que não foram poucos, a torcida incentivou o time o tempo todo. Prova de que torcedor fiel está apoiando o time independente da situação.

Antes mesmo do início do jogo, uma faixa pendurada no alambrado demonstrava a confiança da torcida no grupo. Os dizeres eram de motivação: Jogadores, acreditamos em vocês.

A equipe titular, ao entrar no gramado, foi aplaudida de pé. E nos primeiros minutos não foi diferente. Cada falta a favor do Figueira era comemorada como se fosse um gol. Até Tadeu, que sempre foi um jogador visto com ressalvas pelos alvinegros, ganhou crédito ao não desistir de nenhuma jogada.

O estudante Jorge Luiz Carvalho, de 21 anos, não parou de berrar em nenhum momento. Quando o Figueira levou o terceiro gol, e, logo depois, Rodrigo Fabri foi expulso, se ouvia a voz solitária de Jorge Luiz no Setor A do Orlando Scarpelli:

— Ô, Figueireô, Figueireô!

O resultado foi uma voz rouca e a sensação de dever cumprido na primeira das três missões de dar força para que o Figueirense possa escapar do rebaixamento.

— Temos que torcer em todos os momentos. Eu venho ao estádio desde os cinco anos. Se eu perdi 50 jogos na minha vida foram muitos — afirmou Jorge.

Ao final do jogo, as pessoas presentes comemoraram a vitória como se fosse um título.

— O jogo foi muito emocionante. O time jogou com raça e a torcida fez a sua parte — exaltou o eletricitário Marcelo Rocha, de 42 anos.

A mesma opinião era do funcionário público Dejair Lima, que acredita e muito na vitória do Figueirense, fora de casa, diante do Botafogo, na próxima rodada.

— Para mim, foi o melhor jogo do ano. Acho que o Botafogo já fez o seu papel no Campeonato Brasileiro e o Figueira tem todas as condições de sair vitorioso.