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 | 19/06/2008 10h10min

Para Luxemburgo, magia do futebol brasileiro está na Europa

Técnico do Palmeiras reclama da falta de jogadores habilidosos no país

O estilo ofensivo de jogo que tem sido apresentado por algumas seleções na Eurocopa são um contraste com o que se vê no Campeonato Brasileiro. E Wanderley Luxemburgo define de maneira simples o motivo para que o “país do futebol” tenha vários times que priorizam a defesa: o tratamento nas categorias de base. Além disso, o técnico do Palmeiras diz que os jogadores talentosos hoje estão todos na Europa.

– O futebol europeu roubou o que o Brasil sempre teve: magia. Hoje, todos enaltecemos Portugal, achamos que a Eurocopa é a coisa mais bonita do mundo, com dois, três atacantes, um volante. E nós com três zagueiros, três volantes... É um momento de reflexão e só vamos entender se formos na base – indicou.

De acordo com o treinador do Palmeiras, o jogador chega à equipe principal com seu talento diminuído em função das exigências físicas que sofreu na base. Por isso, craques brasileiros que hoje desfilam no exterior são cada vez mais raros por aqui.

Para ele, os times estão buscando apenas zagueiros e volantes, em vez de investir em um atleta talentoso, mais ofensivo.

– O melhor jogador do Brasil no ano passado foi um goleiro, o Rogério Ceni, porque tem qualidade para isso. Antes (2005), tinha sido o Tevez e agora o Valdívia, um chileno, foi o melhor de São Paulo – recordou.

O técnico do Palmeiras entende que uma das soluções para resolver o problema da falta de atletas que se destaquem por serem habilidosos no Brasil é a participação de maneira mais ativa de ex-jogadores na formação de novos atletas.

– O ex-jogador sabe apreciar o futebol, tem essa sensibilidade, ensina como encaixar, bater, entrar na bola. Uma das coisas mais gostosas da minha vida eram os churrascos em Santos quando eu ficava batendo papo com ex-jogadores, conversa fiada mesmo. Aprendia muito – aponta ele, disparando críticas a quem não tem história no esporte.

– Se você tira essas pessoas, o futebol vai ter muito professor de Educação Física ensinando. Aí, você vai ver todos os times da base com três zagueiros, 50 volantes, esquecendo nossa essência... Nada contra esses professores, eu também sou um, mas tem uma porção de gente ‘madrake’, preocupada só com a parte física – finalizou.

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