| 02/03/2006 10h15min
Comentando a iniciativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de debater a questão agrária em conferência internacional, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Ernesto De Salvo, defendeu uma política de acesso à terra para quem tem qualificação para trabalhar no campo.
Para De Salvo, existe no Brasil espaço para que convivam pequenos, médios e grandes proprietários. Porém, a agricultura se faz com tecnologia e alto nível de competitividade, independentemente do tamanho da área plantada.
Salvo rebateu críticas que movimentos sociais fazem ao agronegócio brasileiro de concentrar na exportação o rumo de sua atividade e, com isso, não garantir a segurança alimentar da população brasileira e agredir o meio ambiente.
– É um tipo de raciocínio oriundo de mentes inteiramente desinformadas e cheias de preconceito. Vamos separar agronegócio e agricultor. Agronegócio são exportadoras, grandes cooperativas, grandes companhias. Já o agricultor brasileiro, este não planta nem para exportar, nem para o mercado interno. Sejam pequenos, médios ou grandes, eles plantam só para uma coisa, sobreviver de sua atividade. Pra onde vai o alimento deles, ninguém sabe – observou.
De Salvo enfatizou também que agressão ao meio ambiente, na agricultura, existe em propriedades grandes tanto quanto nas pequenas. Para ele, a reforma agrária é contraditória no país, porque deixa de atender ao assentado quando ele entra no programa.
O presidente da CNA alertou para o fato de a agricultura, mesmo a familiar, ser cada vez mais competitiva e exigir do produtor mais conhecimento técnico e a aplicação de novas tecnologias:
– Não há espaço para alguém que faz da agricultura um trabalho medieval, com enxada e foice, isso não é mais apropriado para o século 21. Há lugar para todos, se o agricultor estiver tecnificado.
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