Mais de 20 mil pessoas participaram ontem da 29ª Romaria da Terra no município de Lagoa Bonita, na região centro-sul gaúcha. Com o tema "A função social das pequenas propriedades rurais", o encontro, promovido anualmente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), debateu a reforma agrária.

O assunto também está no centro das discussões de uma conferência organizada pelas Nações Unidas (ONU), a ser realizada na próxima semana, no Rio Grande do Sul.

Segundo o coordenador estadual da Romaria da Terra, Evanir José Albarello, a caminhada de quase três quilômetros reuniu agricultores e integrantes das 17 dioceses gaúchas e dos movimentos sociais ligados à Via Campesina.

Durante o trajeto foram lembrados trabalhadores que morreram na luta pela divisão social da terra. Os participantes também discutiram a importância da produção ecológica de alimentos, sem o uso de agrotóxicos.

Em um parque na localidade de Lagoa Bonita da Baixada, distante 2,6 quilômetros da cidade, o bispo da diocese de Cachoeira do Sul, dom Irineu Wilges, realizou pregações e reflexões sobre a concentração de terra no Brasil.

A Romaria da Terra é realizada em municípios onde predominam os minifúndios. No Vale do Rio Pardo, onde Lagoa Bonita do Sul está situada, as propriedades rurais têm em média 16 hectares, onde são plantados fumo, milho e feijão.

O evento começou às 8 horas da manhã, com a caminhada após a fala do coordenador. Depois do meio-dia, os romeiros acompanharam cantos, poesias, trovas entre outras apresentações culturais, além do pronunciamento das entidades sobre o tema da romaria.

No encerramento, às 17 horas, ocorreu a benção às caravanas realizada por sete bispos, além de pastores das igrejas Metodista e Evangélica de confissão Luterana no Brasil. Além da Igreja Católica, participam da romaria as igrejas Metodista e Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. No ano passado, o encontro aconteceu em Cruzeiro do Sul.

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