| 23/02/2006 17h10min
A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco não pretende proibir o plantio de fumo, mas sim propor novas alternativas econômicas para os produtores que vivem dessa safra, no Brasil e no mundo. O fundamento foi mais uma vez ratificado durante a última reunião da Conferência das Partes, na semana passada, que contou com representantes de 116 países, em Genebra, na Suíça.
Na ocasião os participantes brasileiros levantaram a possibilidade de se criar um grupo de trabalho para tomar as providências mais urgentes em relação ao tema polêmico. Segundo o diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Adoniran Sanchez Peraci, a cadeia produtiva do fumo no Brasil emprega mais de 1,5 milhão de pessoas e a queda no consumo de cigarro poderia gerar perdas para esses trabalhadores. Justamente por isso é preciso buscar com urgências novas opções de diversificação de renda para os agricultores.
– Estamos estudando as possibilidades de implantar outros tipos de safra como fruticultura, por exemplo, porque a nossa expectativa é que daqui há cerca de 10 anos os produtores comecem a sentir os prejuízos da diminuição do consumo do cigarro, se não houverem outras alternativas de plantio – explicou ele.
Atualmente o país é o maior exportador de fumo e o segundo maior produtor. Somente na safra 2003/2004, por exemplo, foram 550 mil toneladas, com faturamento estimado de US$ 1,4 bilhão.
Peraci conta que o Brasil é referência mundial na diminuição do consumo de tabaco e na criação de medidas pioneiras para divulgar as advertências sobre os prejuízos do cigarro à saúde.
– Quando foram retiradas da televisão as propagandas de cigarro e também se colocou fotos reais de fumantes nas embalagens do produto, a campanha contra os malefícios do cigarro para a saúde humana teve grande impulso e aconteceu uma redução de 39% para 19% na população fumante. Por isso, países da Europa e o Canadá já estão até copiando as nossas iniciativas – destacou.
O Ministério da Saúde aponta que 90% das mortes por câncer de pulmão e 85% das mortes provocadas por doenças pulmonares crônicas, além de outros índices alarmantes de problemas cardíacos e cerebrais, estão diretamente relacionadas ao consumo de cigarro.
A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco é um acordo internacional criado em 1999, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, sendo ratificado, até agora, por 116 países para a criação de padrões de controle do uso do tabaco e para tentar proteger a população mundial contra seus males. A idéia é adotar um conjunto de políticas com o objetivo de limitar o consumo do tabaco e de seus derivados em todo o mundo. A próxima reunião dos participantes está prevista para o final de 2007.
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