| 01/01/2006 22h52min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que o partido que ajudou a fundar e que o levou à Presidência da República tem salvação. Segundo Lula, o PT cometeu um erro de gravidade incomensurável mas voltará a ter a credibilidade que sempre teve junto à população brasileira.
Em entrevista exibida na noite deste domingo no programa Fantástico, da Rede Globo, Lula comparou o partido a uma família, na qual, segundo ele, somente quem faz algo errado é culpado, e não são julgados todos.
– Em uma família somente quem faz algo errado é condenado. No governo é o mesmo, os culpados serão punidos da forma mais rigorosa possível – garantiu o presidente.
Lula hesitou em confirmar se sabia ou não do mensalão e do caixa dois do PT. Segundo ele, há três formas de alguém saber que algo ocorreu: estando presente na ocasião, quando alguém lhe conta o ocorrido, ou através de uma denúncia, na grande maioria das vezes publicada na
imprensa.
– Não importa se eu sabia ou não. Se eu
tivesse condição de saber, isso (o mensalão) não teria ocorrido. Quando eu soube, fiz o que cabe a um presidente. Afastei quem deveria ser afastado. Agora cabe à Justiça – afirmou.
O presidente pediu, contudo, que as pessoas acusadas tenham o direito à defesa antes de serem julgadas. Ele reafirmou sua confiança no ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, dizendo que o petista perdeu o mandato antes de ter o amplo direito à defesa. Lula voltou a dizer, contudo, que foi traído pelos companheiros de partido, no qual trabalhou durante boa parte de sua vida.
Evitando confirmar se será candidato novamente à Presidência, Lula disse apenas que é contra a reeleição, votou contra a proposta e prefere um mandato único de cinco anos, para que o governante tenha tempo de fazer tudo e não pense em um novo mandato:
– O mandato de cinco anos foi cortado em 1994 porque todo mundo pensou que eu iria me eleger. Depois que eu perdi fizeram a emenda da reeleição. Eu sou contra, já disse isso. Mas não defini ainda se serei candidato e não tenho pressa para definir – disse
Segundo Lula, 2006 será um ano muito bom para o povo brasileiro. Ele prometeu não fazer nenhuma “medida irresponsável” no ano eleitoral, mas que “está tudo armado para Brasil ter um forte crescimento” neste ano.
– Tenho certeza de dizer ao povo que 2006 será o ano do povo brasileiro. Não tomarei nenhuma atitude que signifique algo que pretendo me reeleger. Esperem terminar meu mandato para me julgarem. Tenho mais 12 meses de mandato e, ao final, aí podem comparar – afirmou.
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