| 02/12/2005 16h35min
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse hoje que o empresário Marcos Valério tenta confundir as investigações e age com certeza na impunidade, tentando passar para a opinião a impressão de que colabora com a polícia e as CPIs. Um dia depois de o Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal ter comprovado adulteração e falsificação nos livros contábeis e extratos bancários da DNA e da SMP&B, Serraglio mostrou certo desânimo ao ser indagado se não seria a hora de pedir novamente a prisão do empresário.
– Para quem tem meios, recursos e força, é difícil falar que amanhã estará respondendo pelo que fez. Ele sempre comparece espontaneamente e tenta mostrar para a opinião pública que está disposto a colaborar. Ele tem absoluta confiança na impunidade – disse Serraglio.
Serraglio lembrou que a CPI pediu a prisão do empresário após a descoberta de que a DNA tinha queimado notas fiscais e documentos, mas a Justiça não atendeu ao pedido. O relator da CPI disse ainda que cabe à Polícia Federal e ao Ministério Público, que também estão investigando os negócios do empresário, decidirem se devem pedir a prisão dele.
A perícia da PF comprova que as duas agências do empresário manipularam, falsificaram e adulteram documentos, chegando a emitir 80 mil notas fiscais falsas. Mesmo tendo retificado recentemente sua contabilidade, a DNA continuou deixando de fora alguns pagamentos expressivos como os R$ 12 milhões recebidos da Eletronorte no dia 8 de fevereiro de 2003, que foi oferecido como garantia para um empréstimo contraído no mesmo ano no BMG. Um outro lançamento que ficou de fora refere-se a pagamento de R$ 317.647,06 feito pela Telemig Celular S.A no dia 31 de julho de 2003.
Nas retificações de contabilidade feitas pela DNA, a diferença entre os valores declarados inicialmente e os retificados são enormes. Em 2003, por exemplo, a contabilidade original da agência registrava um ativo total de R$ 5.874.975,08. Com a retificação, esse valor subiu para R$ 53.204.539,57. Já em 2004, os registros originais indicavam um ativo total de R$ 28.752.624,04, no retificado subiu para R$ 73.391.297,75.
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