A taxa de juros básica da economia foi reduzida hoje de 19% para 18,5% ao mês. O corte de 0,5 ponto percentual foi anunciado no final da tarde pelo Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central (BC). A decisão é unânime e sem viés, o que significa que novas alterações na Selic só poderão ser feitas na próxima reunião do Copom, dias 13 e 14 de dezembro. Este foi o terceiro corte consecutivo na taxa, o que confirma a expectativa de que o Banco Central iria colocar em prática uma política de redução gradual dos juros.

A baixa nos juros já era mais do que esperada pelo mercado e confirmada até pelo governo. Na véspera do anúncio do BC, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ao comentar o reflexo dos juros altos na queda do dólar, afirmou que "essa influência poderá ser avaliada, agora, quando haverá um período de queda dos juros".

Apesar do corte ser comemorado pelo setor produtivo, empresários e economistas afirmam que existiam condições para o comitê acelerar o ritmo de baixa de juros já em novembro. Uma redução de 0,75 ponto percentual na taxa Selic era vista como possível, mas pouco provável, em função do conservadorismo habitual do Copom. Eles acreditam que o BC continuará fiel na busca do cumprimento das metas de inflação, mesmo com a atividade econômica derrapando.

As condições técnicas, segundo os economistas, para uma maior agressividade no processo de queda de juros seriam o câmbio valorizado, o nível de atividade fraco e a ausência de sinais de problemas com a inflação. Mesmo com o repique visto em alguns índices de preços, a avaliação é que ele se deve a pressões passageiras, que não contaminarão os preços daqui para a frente.