| 27/10/2005 10h14min
Para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) – que na semana passada decidiu cortar meio ponto da taxa Selic, os juros que servem de referência para a economia do país – a elevação recente da inflação está sendo determinada pelos efeitos do reajuste dos preços dos combustíveis, que começaram a valer no dia 10 de setembro.
Levando em conta que esses efeitos ainda não se esgotaram, diz a ata que "é provável que continuem sendo captados nos indicadores de inflação a serem divulgados nas próximas semanas". Para o BC, no entanto, essas pressões não devem contaminar a inflação num prazo mais longo.
Segundo a ata da reunião da semana passada, o principal meio de comunicação do Copom com o mercado, tanto os resultados recentes da inflação quanto as projeções do BC e dos economistas sugerem que foi acertada a política monetária adotada desde setembro do ano passado, quanto teve início a série de nove altas consecutivas na taxa Selic, os juros que servem de referência para a economia do país.
O aperto monetário começou em setembro de 2004, quando a Selic subiu de 16% para 16,25% ao ano. O Copom elevou a taxa mensalmente até maio passado, quando ela chegou a 19,75% ao ano. Em setembro, veio o primeiro corte após um ano, de 0,25 ponto percentual. Foi em outubro que o Copom acelerou o ciclo de queda da taxa, quando foi decidido o corte de meio ponto nos juros básicos, que caíram de 19,5% para 19% ao ano.
A ata diz ainda que "o Copom continuará conduzindo suas ações de forma a assegurar que os ganhos obtidos no combate à inflação até o momento sejam permanentes. Para tanto, acompanhará atentamente, nos próximos meses, a evolução da inflação".
Também segundo o documento,"a flexibilização da política monetária não comprometerá as importantes conquistas dos últimos meses no combate à inflação e na preservação do crescimento econômico com geração de empregos e aumento da renda real".
Na ata, os diretores do BC dizem que, além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, a política monetária "vem contribuindo de maneira importante para a consolidação de um ambiente macroeconômico cada vez mais favorável em horizontes mais longos".
Ainda segundo o documento, "a atividade econômica deverá continuar em expansão, mas em ritmo condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Além disso, a despeito do aumento observado recentemente na volatilidade nos mercados financeiros internacionais e do fato de os preços de petróleo ainda continuarem em níveis elevados, o cenário externo permanece favorável, particularmente no que diz respeito às perspectivas de financiamento para a economia brasileira".
O Comitê voltará a se reunir em 22 e 23 de novembro.
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