| 22/11/2005 14h46min
Ao responder questionamento do deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), em depoimento na Câmara, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou que tenham faltado recursos para a prevenção da febre aftosa, mas admitiu que houve falhas operacionais no repasse de verbas para a questão. O deputado disse que o ministro "não entende bem do assunto".
– Havia recursos suficientes e houve dificuldades operacionais de repassar esses recursos fora da área econômica. Não vou responder por isso não porque não queira me associar (ao problema). Divido com o ministro (da Agricultura) Roberto Rodrigues qualquer problema que possa ter havido, até porque confio plenamente nele, mas houve problemas que fugiram do nosso controle. Aliás, em todos os casos em que foi detectada a febre aftosa, os proprietários mostraram notas que o gado foi vacinado. Então, não faltaram recursos para vacina. Temos de investigar (o que houve) – afirmou Palocci.
O ministro então foi então interrompido por Caiado que disse que Palocci estava equivocado, já que quem compra a vacina seria o produtor rural.
– Que faz a compra da vacina é o produtor. O governo não compra vacina. Esse é um setor que o senhor não entende bem – disse Caiado.
Em relação à gripe aviária, outro questionamento de Caiado, Palocci disse que há um trabalho de prevenção do governo sendo liderado pelos ministérios da Saúde e da Agricultura.
Em resposta a críticas do parlamentar sobre a atuação do governo na área agrícola, o ministro garantiu que o setor não ficará sem recursos.
Palocci reconheceu que o agronegócio tem dado contribuições importantes para a economia, em termos de criação de empregos e de pauta de exportação, e que sustentou, com perdas importantes, o avanço do país como um todo. O ministro lembrou que a agricultura teve custos enormes com o Plano Real e que, em 2003, foi responsável, quase que sozinha, pelo crescimento do PIB.
O ministro lembrou que medidas foram adotadas pelo governo, mas que não repõem as perdas de imediato. Um dos exemplos citados o caso da seca no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que gerou a liberação, pelo governo, de quase R$ 1 bilhão.
Sobre o seguro agrícola, Palocci disse que o governo estava elaborando uma agenda de implantação.
– O seguro agrícola é um desafio porque é caro. Talvez o Tesouro Nacional venha a subsidiar os recursos para ele, porque senão ele se tornará impraticável. Mas eu penso que vamos chegar a uma solução – acrescentou.
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