| 22/11/2005 13h48min
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, respondeu a indagações sobre as denúncias envolvendo órgãos de sua pasta como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o IRB Brasil Resseguros. Segundo ele, o sistema informatizado da Coaf entrou em operação em julho de 2003 e, em outubro, antes de qualquer denúncia, a Fazenda teria informado ao Ministério Público de São Paulo sobre procedimentos irregulares em relação ao sistema. O Coaf teria deixado de fiscalizar corretamente os empréstimos feitos à DNA e a SM&B, do publicitário Marcos Valério, pelos bancos Rural e BMG.
Palocci também falou sobre as operações da seguradora Interbrazil, extinta neste ano por gestão fraudulenta e temerária. A empresa ganhou seguros bilionários de estatais do setor elétrico após ter contribuído para as campanhas eleitorais de petistas em Goiás, inclusive a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fornecedores revelaram que a autorização para o pagamento dessas despesas era feita por Adhemar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que trabalha na Eletrobras.
– No dia 10 de março 2004, o IRB oficiou a Susep dizendo que tinham sido emitidas faturas para a Celg (Companhia de Energia Elétrica de Goiás) sem resseguro. Em abril de 2004, a Justiça do Rio, considerando que havia um excesso de zelo para o resseguro de US$ 1,1 bi, autorizou a contratação direta da Interbrazil no exterior – disse Palocci.
Segundo ele, o IRB foi zeloso ao fazer a fiscalização porque previa algum nível de instabilidade nas operações da empresa, posteriormente extinta pela Susep.
Sobre as irregularidades ligadas à Visanet, Palocci lembrou que o Banco do Brasil (BB) fez um esclarecimento público, mostrando que está apurando com rigor as questões. No início do mês, a relatoria da CPI dos Correios disse que rastreou a origem dos recursos que passaram pelo valerioduto e que R$ 10 milhões saíram do BB, através da Visanet.
Em depoimento na Câmara, Palocci ressaltou que os servidores que lidavam com as contas suspeitas foram afastados por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo correndo-se o risco de ter-se cometido uma injustiça com inocentes. Palocci também disse que o banco questiona a prestação de contas no valor de R$ 9 milhões, mas ressalvou que a instituição não nega a existência do montante recebido. Palocci também lembra que o relatório final do BB está marcado para dezembro.
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