| 07/11/2005 14h34min
O funcionamento das indústrias de produtos animais e vegetais a partir de hoje ainda é uma incógnita. Caso o movimento de greve dos fiscais federais agropecuários tenha adesão total, 250 empresas gaúchas terão de parar, ao menos parcialmente.
A categoria é responsável por inspecionar a produção e emitir os certificados para que os produtos sejam vendidos fora do Estado ou exportados. Nos frigoríficos, por exemplo, os fiscais têm de acompanhar o abate dos animais. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, as empresas negociam para que ao menos o serviço de fiscalização de abates seja mantido e a linha de produção não seja interrompida.
– Queremos garantir a continuidade dos abates, mesmo que não sejam expedidos certificados para o produto. A medida manteria as indústrias funcionando pelo menos por uns dois dias. Depois, teriam de parar, porque não haveria mais capacidade para estocar – explica.
Espaço para armazenagem também seria o principal problema na cadeia do leite, informa o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado, Marcelo Roesler. Na semana passada, os empresários solicitaram que os fiscais aguardassem a proposta do governo, mas não foram atendidos. Assim mesmo, prometem pressionar a União para que as negociações levem ao fim da greve. Por enquanto, não há a intenção de se ingressar com ações judiciais para garantir a continuidade dos trabalhos, afirma o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado, Rogério Kerber.
– Pretendemos apoiar os fiscais na tentativa de buscar solução para o impasse com o governo – diz.
Ligados ao Ministério da Agricultura, os fiscais federais agropecuários têm um salário bruto médio de R$ 5 mil e solicitam reajuste e melhores condições de trabalho, entre outras reivindicações. O coordenador da Comissão Estadual de Paralisação dos Fiscais Agropecuários, Antônio Ângelo Amaral, diz que a categoria – 310
profissionais no Estado –
ganha menos do que outras semelhantes no serviço público federal. Já o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor, afirma que não é momento para greve e aposta que o movimento não terá longa duração.
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