| 21/10/2005 16h47min
O deputado José Dirceu (PT-SP) afirmou nesta tarde que não fará juízo de valor ético ou moral do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares sobre a prática de caixa dois. O ex-ministro negou-se a responder, durante entrevista coletiva, sobre como votará amanhã na reunião em que a sigla define o processo de expulsão de petistas ligados aos recursos não contabilizados.
Segundo Dirceu, a prática de caixa dois não se restringe ao período de eleição e diz respeito também a todo o sistema econômico brasileiro. Ele entende que somente a Câmara pode analisar se a prática é motivo suficiente para cassar o mandato de um parlamentar.
– Essa é uma questão que precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados, que se precisa debater com a sociedade. O melhor é acabar com o caixa dois, fazer a reforma política, reforma partidária, tomar medidas no Tribunal Superior Eleitoral e cada partido adotar medidas para combater o caixa dois – disse.
Dirceu acrescentou ainda que não se pode fazer hipocrisia e que é contra ela que muitos deputados se levantaram e fizeram declarações.
– Eu tenho me mantido em silêncio porque eu sou acusado. O que eu falo é usado contra mim. Então não me peça que eu fale nada que pode ser usado contra mim. Porque aí eu estaria sendo ingênuo – disse.
O ex-ministro diz que recorrerá a todas as instâncias possíveis para se defender porque a lei brasileira lhe garante esse direito. Dirceu afirma não aceitar julgamentos sem prova e se colocou como "guardião do devido processo legal", afirmando que é preciso respeitar o Estado de direito.
– Não aceito prejulgamento, não aceito julgamento sem provas. Vou usar de todos os recursos porque é direito de todo cidadão brasileiro. Me coloco como guardião do devido processo legal, até porque depois ele pode ser anulado –afirmou.
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