Pecuaristas reagiram à afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feita ontem ao primeiro ministro português, José Sócrates, em Portugal, de que não faltaram recursos para a fiscalização sanitária. Para Lula, o principal responsável pela sanidade do gado é o dono do rebanho. Porém, disse que não queria atribuir responsabilidades antes que sejam apurados os motivos do surgimento do foco.

– Foi uma declaração infeliz e imprópria. O governo é omisso, frouxo e desarticulado porque teria de cuidar das barreiras sanitárias e controlar fronteiras  – disse o diretor-executivo da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Eduardo Soares de Camargo.

Segundo Camargo, o presidente Lula não pode culpar os produtores pela volta da febre aftosa.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile se aliou aos pecuaristas nas críticas ao governo, especialmente ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Segundo Stedile, faltou dinheiro do Orçamento para o combate da doença, já que Palocci prioriza os juros.

Em Brasília, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pediu à área econômica a liberação de R$ 78 milhões para reforçar as ações em Mato Grosso do Sul. Ele estará com Lula em Moscou na próxima terça em encontro com autoridades russas. Uma missão do Ministério participa hoje da reunião da Organização Mundial de Saúde Animal.

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