| 06/10/2005 17h44min
Os investidores estrangeiros lideraram uma onda de ordens de venda de ativos brasileiros hoje. A sinalização de que os juros americanos poderão subir além do esperado fez o dólar fechar em alta de 1,10%, cotado a R$ 2,291 na compra e R$ 2,293 na venda. Diante da instabilidade, o Banco Central não comprou dólares.
O estrago maior foi feito na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fechou em queda de 3,20%, aos 29.197 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 2,514 bilhão. Os títulos da dívida externa brasileira também foram duramente castigados. O Global 40, principal deles, caía 1,97% no final da tarde, cotado a 118,38% do seu valor de face. O risco-país brasileiro, que chegou a 338 pontos nesta semana, marcava 388 no final da tarde.
O representante do Federal Reserve em Dallas, Richard Fisher, disse que o Fed está atento à aceleração do núcleo da inflação americana, que estaria no limite do aceitável pela instituição. Ele afirmou ainda da possibilidade de o aumento dos custos de energia ser repassado para os preços. A leitura do mercado é de que Fischer sinalizou um aumento mais prolongado nos juros americanos, contrariando estimativas de uma pausa no curto prazo.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta generalizada, acompanhando a depreciação dos mercados em geral. No noticiário interno, o destaque do dia foi a alta de 1,1% na produção industrial brasileira em agosto, na comparação com julho. Sobre agosto de 2004, houve alta de 2,8%.
O número veio acima das estimativas e reforçou as apostas conservadoras do mercado para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A dúvida dos analistas e investidores é se o Copom promoverá um corte de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 19,50% ao ano.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,95% ao ano, contra 18,93% do fechamento de quarta-feira. O DI de julho teve a taxa elevada de 18,06% para 18,17% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,61% para 17,79% anuais.
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