Ex-ministro dos Transportes e hoje prefeito de Uberaba (MG), Anderson Adauto confirmou ontem que recebeu R$ 200 mil do operador do mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza. A declaração endossou o depoimento de José Luiz Alves, seu chefe de gabinete durante a passagem pelo ministério do governo Luiz Inácio Lula da Silva, à CPI do Mensalão, ontem. O ex-chefe de gabinete disse ter ido duas vezes ao Banco Rural, em Brasília, para sacar R$ 200 mil.

Em nota divulgada ontem, Marcos Valério contestou o valor. Ele reafirmou que Adauto e Edson Pereira de Almeida, irmão do ex-ministro, receberam R$ 1 milhão entre junho de 2003 e janeiro de 2004. No total, de acordo com o texto, teriam sido 16 saques.

Segundo Alves, que ocupa o cargo de secretário municipal de Governo em Uberaba, Adauto teria procurado o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para cobrir despesas com sua campanha a deputado pelo PL em 2002. Delúbio teria dito que Valério iria ajudá-lo.

A CPI aprovou uma acareação entre Marcos Valério, a diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos, o assessor do PP João Cláudio Genu, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, o assessor de Anderson Adauto, José Luiz Alves, e o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos. Segundo o autor do requerimento, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), a acareação é importante para definir qual das listas de recebedores de Valério é verdadeira.

– Quem entregou os valores em dinheiro diz que entregou tal quantia. Quem recebeu, diz que recebeu, mas as quantias não batem – afirmou Abi-Ackel