| 28/09/2005 21h05min
Aldo Rebelo (PCdoB-SP), 49 anos, é o novo presidente da Câmara dos Deputados. Ele assume um mandato tampão que vai até 2 de fevereiro de 2007. O candidato oficial do governo arrebatou 258 votos entre os 509 parlamentares presentes à votação em segundo turno e venceu a disputa contra José Thomaz Nonô (PFL-AL), que obteve 243 votos.
Depois de empatarem no primeiro turno com 182 votos cada, Rebelo e Nonô protagonizaram uma disputa acirrada. A diferença de apenas 15 votos do primeiro para o segundo colocado não refletiu a expectativa gerada pelo empenho do governo em angariar votos dos partidos de oposição para Rebelo.
Na tarde desta quarta, o Palácio do Planalto designou três ministros para atuarem na linha de frente, a fim de evitar o que ocorreu na vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE). Em fevereiro, o PT foi excluído da Mesa da Câmara com a derrota do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O então candidato do governo só obteve 195 votos – menos que os 207 do primeiro turno. A derrota petista começou a se desenhar com a insistência do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) em manter a candidatura avulsa mesmo após o PT ter definido Greenhalgh como indicado oficial.
Desta vez, o governo contou com a participação efetiva do ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, que conversou por telefone com Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI). O Planalto destacou também os ministros das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, da cota do PP, e do Turismo, Walfrido Mares Guia, do PTB, para garantir o maior número de votos de suas respectivas bancadas. Foi só com o apoio declarado do PP que Rebelo passou a ser o favorito no segundo turno.
Esta eleição ocorreu depois de um fato inédito na Câmara: a renúncia do presidente da Casa, Severino Cavalcanti, na semana passada. O deputado deixou o cargo depois de enfrentar denúncias de que receberia propina do empresário Sebastião Buani para renovar o contrato de concessão de um restaurante na Câmara. Antes da posse de Rebelo, ainda nesta quarta, foi seu adversário, Nonô, quem assumiu o cargo interinamente.
Rebelo e Nonô se credenciaram para a disputa em segundo turno depois de enfrentarem Nogueira, Fleury e Alceu Collares (PDT-RS). Jair Bolsonaro (PP-RJ), oficialmente candidato, disse que não votaria em si próprio para não desperdiçar o voto. Desistiram, ainda nesta quarta, Michel Temer (PMDB-SP), Vanderlei Assis (PP-SP), Francisco Dornelles (PP-RJ) e João Caldas (PP-AL).
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