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 | 25/07/2005 20h25min

Defesa de mulher de Marcos Valério faz novo pedido ao STF

Objetivo é que Renilda deponha na CPI na condição de investigada

A defesa de Renilda de Souza, mulher do empresário Marcos Valério, entrou com um aditivo ao pedido de habeas corpus apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ela deponha à Comissão Parlamentar mista de Inquérito (CPI) dos Correios na condição de investigada.

O depoimento está marcado para as 10h desta terça. Se Renilda depuser como testemunha, poderá até faltar com a verdade, mas terá de responder a todas as perguntas dos deputados e senadores que compõem a CPI.

Caso seja considerada investigada pela comissão, como ocorreu com o próprio Valério e com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Renilda poderia deixar de responder a questionamentos que poderiam ser usados contra ela no futuro.

Os advogados de Renilda alegam que, ao ter as contas bloqueadas e com pedido de quebra de seu sigilo bancário, tecnicamente a mulher de Marcos Valério deixou de ser testemunha e passou a ser investigada.

O presidente do STF, Nelson Jobim, vai se manifestar sobre o pedido ainda hoje.

O habeas corpus preventivo foi negado por Jobim na tarde de hoje.  Segundo entendimento do presidente do STF, por ser cônjuge de um dos investigados, não é obrigada a assinar o compromisso de dizer a verdade.

Renilda é dona, no papel, de algumas empresas do marido. Marcos Valério, apontado como um dos operadores do suposto mensalão e responsável por empréstimos milionários ao PT, afirma que o depoimento da mulher não acrescentará nada às investigações, uma vez que ela não teria conhecimento administrativo e financeiro das empresas.

As contas de Renilda estão bloqueadas desde a semana passada. No dia 20 de julho, ela teria tentado sacar R$ 1,89 milhão de uma agência do BankBoston em Belo Horizonte. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda foi comunicado a respeito da intenção de saque e, em decisão conjunta com o Ministério da Justiça, pediu à Procuradoria-Geral da República que bloqueasse a transação e as contas de Renilda. O pedido foi encaminhado a Jobim, que determinou o bloqueio da conta corrente número 34524202.

Na terça-feira seguinte, dia 2 de agosto, serão ouvidos Simone Vasconcelos, funcionária de Valério que sacou mais de R$ 6 milhões das contas do empresário, e David Rodrigues Alves, policial civil em Minas Gerais que sacou R$ 4,9 milhões.

 
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