| 07/12/2001 22h35min
A conversibilidade econômica, que durante 10 anos estabeleceu a paridade um a um entre o peso e o dólar, já é uma ilusão. Nesta sexta-feira, dia 7, milhares de portenhos - com fortes suspeitas de uma iminente desvalorização da moeda nacional - tomaram as ruas do centro de Buenos Aires para tentar desesperadamente trocar seus pesos por dólares.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, tenta conseguir nos Estados Unidos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) libere a parcela de empréstimo de US$ 1,264 bilhão para evitar o anúncio da moratória. O presidente Fernando de la Rúa informou que o ministro vai passar todo o fim de semana negociando em Washington. O Fundo exige em troca do repasse a aprovação do governo argentino com o Congresso de uma redução de cerca de US$ 3 bilhões no orçamento de 2002. A meta é obter a diminuição do déficit público.
Nesta sexta, o índice de risco-país da Argentina, que mede a confiança dos investidores de pagar a dívida externa, atingiu 4.171 pontos básicos, alta de 3,96% em relação a quinta-feira.
Trocar 1 peso por 1 dólar, como foi costumeiro ao longo da última década, foi impossível. As casas de câmbio somente aceitavam dar 1 dólar em troca de 1,30 peso. Há uma semana, era possível comprar dólar por 1,005 peso. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, persiste em afirmar que a conversibilidade permanece. Mas na prática, os argentinos deixaram de confiar no peso e voltaram a acreditar somente no dólar. Desta forma, embora o governo não tenha assinado o atestado de óbito, a conversibilidade já morreu para a população.
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