| 27/06/2005 13h20min
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Adilson Motta, criticou nesta manhã, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a forma apressada como o governo federal está tratando a reforma política. Na avaliação de Motta, as mudanças no alto escalão de Brasília não devem ser feitas apenas para satisfazer a opinião pública.
– Fazer reforma porque há escândalos não é a melhor solução. Ela tem que ser feita com seriedade, serenidade e com diálogo com a sociedade e não é uma reforma em 10 dias para dar satisfação à opinião pública.
Em um debate sobre a qualidade dos gastos públicos e as contribuições dos órgãos de controle à gestão municipal, o ministro comentou as atuais denúncias de corrupção no Brasil. No evento, que ocorreu na Assembléia Legislativa da capital gaúcha, Motta disse que para cada corrupto há um corruptor. Segundo ele, é conhecido o fato de que há alguns setores empresariais comprometidos com políticos corruptos.
– Ninguém é corrompido sem ter corruptor e é sábido que há alguns setores empresariais, é evidente que não generalizo, que são comprometidos com essas políticas sem escrúpulo. Então é essa união que produz os escândalos.
O presidente do TCU também informou que não dará posse ao senador Luis Otávio (PMDB-Pará), que foi indicado pelo Senado a uma vaga no Tribunal. O senador está sendo acusado de desviar dinheiro público no seu Estado e sua indicação fere a Constituição.
– Não pretendo dar posse porque fere a Constituição. Há problemas ali no que se refere a parte ética e que é uma exigência constitucional. E ele está sendo processado no Supremo Tribunal Federal e no TCU.
O governador gaúcho, Germano Rigotto, também esteve presente no debate. Rigotto defendeu a necessidade da reforma política e criticou o passeio que os recursos públicos sofrem atualmente. O governador também pediu maior controle para que isso não ocorra.
As informações são da Rádio Gaúcha.
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