| 10/06/2005 23h22min
A Polícia Federal (PF) acredita que uma rede de mandantes pode estar envolvida na gravação da fita que deu origem às denúncias do suposto esquema de corrupção em licitações feitas pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Luiz Flavio Zampronha, em seu depoimento na PF de Curitiba, Joel Santos Filho (autor da gravação) confessou ter recebido R$ 5 mil para fazer a gravação. Até então o advogado de Joel, José Hamilton Araújo Dias, vinha afirmando que seu cliente havia gravado por conta própria.
A finalidade e quem está por trás do pedido de gravação é o que a polícia está apurando.
Santos Filho está preso na superintendência da PF. Também estão presos José Fortuna Neves, João Carlos Mancuso Vilela e Arlindo Molina. Todos foram presos nesta quinta temporariamente, sob alegação de formação de quadrilha, e devem permanecer em carceragem até a próxima segunda. Até o momento, ninguém foi indiciado.
Neste sábado, 11, será feita uma acareação com Santos Filho, Mancuso e o ex-diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. Zampronha disse acreditar que Carlos Mancuso "não tem nada a ver com a história, entrou no último momento de gaiato". Mancuso já confessou ter participado da gravação e teria sido chamado por Joel "para dar credibilidade à suposta empresa por ser um engenheiro de rede de computadores", segundo o delegado.
Durante a investigação, a polícia levantou o nome de um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), citado em depoimento pelo capitão aposentado da Polícia Militar José Fortuna Neves. O delegado descartou envolvimento do agente no caso. Antes da revelação da fita feita pela imprensa, a agência já estaria investigando possíveis corrupções nos Correios e por isso o contato do agente com Fortuna. Em nota, a Abin informa que "nos eventos que envolvem os Correios, a Agência tem acompanhado as denúncias de corrupção, utilizando todos os métodos legais na busca de informações. Portanto, a forma de atuação da Abin nesse caso não pode ser confundida com participação de seus agentes nos fatos investigados".
O delegado Zampronha assegurou que a PF não está investigando a Abin.
As informações são da Agência Brasil.
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