| 01/06/2005 09h53min
Confrontos violentos entre a polícia e manifestante, além de numerosas marchas de indígenas em La Paz paralisaram a capital boliviana, assustando parlamentares e provocando a suspensão de uma importante sessão do Congresso boliviano. Policiais antimotim atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes armados com cargas de dinamite, enquanto milhares de pessoas exigindo a nacionalização do setor de energia do país tomaram conta da cidade e bloquearam os acessos para o aeroporto.
O presidente boliviano, Carlos Mesa, havia prometido dar segurança no Congresso para realizar a sua primeira sessão em duas semanas na qual os parlamentares deveriam discutir medidas para acalmar a onda de protestos provocada por uma lei energética. A falta de quórum levou o presidente da câmara baixa, Mario Cossio, a suspender a sessão. Somente 62 dos 130 parlamentares decidiram se aventurar nas estreitas ruas da capital passando por barreiras de guardas fortemente equipados.
Até mesmo o presidente do Congresso Hormando Vaca Diez não apareceu e o líder da oposição e dos indígenas, Evo Morales, o acusou de conspirar contra a democracia.
– Tenho certeza que, com essa manobra, ele tem a intenção de se tornar presidente da república – disse Morales.
Mesa, um político independente, subiu ao poder em 2003 depois de manifestações encabeçadas por descendentes de índios (maioria no país) terem destituído o antecessor dele. Apesar das promessas de pacificar o país, Mesa vem enfrentando uma crescente onda de instabilidade social.
Na terça, manifestantes da cidade indígena de El Alto, na maioria estudantes universitários, lançaram cargas de dinamite contra a polícia. No ar rarefeito da capital, a mais alta do mundo, os manifestantes e funcionários de lojas e escritórios corriam para escapar das nuvens de gás lacrimogêneo. O ministro do Interior, Saul Lara, disse que "ativistas" foram presos, mas não especificou quantos. Cossio disse a emissoras de rádio locais que tentará a realização de uma nova sessão na quarta.
As informações são da agência Reuters.
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