| 19/05/2005 13h48min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios sequer foi criada, mas a incerteza, característica desses períodos de investigação, já se instalou em Brasília. Emparedado entre a cobrança da opinião pública e o desafio de comandar o Congresso, o governo perdeu para a oposição a iniciativa política.
A CPI tende a ocupar o que resta do calendário político antes das eleições nacionais de 2006. Contribui para o quadro de incerteza a deterioração das relações com a oposição, especialmente no Senado, onde o governo é tributário do PMDB.
À nova situação soma-se, como agravante para o Planalto, a perda do controle da pauta da Câmara desde a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para presidir a Casa, em fevereiro. O último esforço de articulação, empreendido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve resultado muito aquém do necessário para melhorar as expectativas. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, concordou em deixar para o segundo semestre a votação do projeto de reforma tributária aprovado no Senado, que o governo defende mas não consegue sustentar na Câmara. O risco de derrota foi apenas adiado, não superado.
A CPI deve ser criada na próxima semana, após leitura do requerimento em sessão conjunta da Câmara e do Senado.
– Determinei a conferência das assinaturas, como prevê o regimento, e os líderes, todos eles, me informaram que farão as indicações para compor a comissão – disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na falta de orientação formal contra a CPI, parlamentares da base aliada assinaram o requerimento de criação em quantidade surpreendente. O Planalto considera "dificílimo, mas não impossível" evitá-la, segundo fonte oficial. Tentará ocupar e controlar a comissão, que terá onze titulares e onze suplentes indicados proporcionalmente pelos partidos.
As informações são da Reuters.
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