A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) cancelou a licitação de aproximadamente R$ 305 milhões para a contratação de uma empresa que deveria fornecer medicamentos para 70 mil servidores por cinco anos. A decisão, anunciada nesta quarta, dia 18, foi tomada porque boa parte da fase preliminar do pregão teve a organização do ex-diretor de Contratação, Maurício Marinho, apontado como um dos principais beneficiários de um esquema de corrupção na empresa.

Segundo o jornal O Globo, que revelou a informação, a Polícia Federal (PF) está investigando supostas fraudes em contratos dos Correios desde a Operação Vampiro, deflagrada ano passado para investigar denúncias de fraudes no Ministério da Saúde. Pelas investigações, os Correios seriam uma das seis áreas de atuação dos vampiros que atacavam as compras de medicamentos.

Na conversa gravada com dois representantes de uma empresa interessada em fazer contratos com os Correios, no mês passado, Marinho diz que o edital de compra de medicamentos teria sido preparado para favorecer quatro empresas indicadas por um deputado e por um senador. A conversa foi divulgada pela revista Veja.

Um dos gerentes da Diretoria de Recursos Humanos, José Roberto de Andrade, explica que Marinho fez consulta a quatro empresas. Andrade nega que as regras do edital, divulgado semana passada, tenham sido elaboradas para beneficiar determinada companhia. A Controladoria Geral da União (CGU) destacou oito auditores para fazer uma devassa nos contratos suspeitos dos Correios.