O novo ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), assumiu a pasta nesta terça, dia 22, elencando quatro objetivos principais de atuação – melhorar atendimento, ampliar a universalização da Previdência, melhorar a tecnologia dos sistemas e fortalecer o combate   fraude e   sonegação. Sobre este último, Jucá adiantou que terá reunião com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, já na quarta.

– Vou me encontrar com o Palocci para discutir...A prioridade é o combate às fraudes – afirmou Jucá, logo após receber o cargo de seu antecessor, o ex-ministro Amir Lando (PMDB-RO), que chegou a fazer uma espécie de desabafo durante seu discurso na cerimônia.

Lando, que foi alvo de fortes especulações de que sairia do cargo durante as discussões da reforma ministerial, afirmou que foi vítima de "calúnias e injúrias" e que chegou a se questionar se deveria continuar no cargo ou não.

– Mas continuei por amor à pátria – afirmou ele durante seu discurso de despedida para platéia onde estavam, entre outros, o ministros José Dirceu (Casa Civil) e Eunício Oliveira (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Mesmo destituído do cargo, Lando entregou nesta terça ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu projeto de medidas na área de Previdência Social, também com destaque ao combate às fraudes. Entre elas, estão a revisão de procedimentos e normativos (gestão e benefícios), estabelecimentos de metas institucionais, modernização tecnológica e até recadastramento. Com isso, as metas colocadas são de arrecadação líquida de R$ 110 bilhões em 2005, 16% a mais do que em 2004, e de R$ 120 bilhões em 2006. Além isso, reduzir de R$ 40 bilhões estimados atualmente para R$ 20 bilhões até o próximo ano.

Jucá assume o ministério que tem dois importantes secretários e com forte ligação com o Palácio do Planalto. Adacir Reis, secretário da Previdência Complementar, e Helmut Schwarzer, secretário da Previdência Social, estão em seus postos desde que Lula assumiu a presidência da República e, de acordo com fontes próximas, literalmente "tocam" a pasta. Sobreviveram até mesmo quando o ex-ministro da Previdência Ricardo Berzoinni (PT) cedeu o lugar a Lando, de outro partido. O novo ministro, no entanto, por enquanto evita falar sobre o assunto e não diz se os manterá nos cargos ou não.

As informações são da agência Reuters.