| 22/03/2005 17h29min
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou nesta terça, dia 22, que os ministros cogitados para deixar o governo na reforma ministerial e que acabaram permanecendo não estão enfraquecidos. Dirceu argumentou ainda que a máquina não parou em função da reforma.
– Eles (os ministros) têm a delegação de poder do presidente da República – afirmou Dirceu, ao participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
Dirceu usou como exemplo o ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), lembrando que ele coordena uma intervenção recente na rede de saúde no Rio de Janeiro. Costa foi um dos ministros que mais foram alvo de especulações de que seria demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pernambucano, ele chegou a fazer discurso de despedida na festa de 25 anos do PT em Recife no último sábado.
– Não vejo que nenhum ministério tenha parado de trabalhar por causa da reforma. Até porque nós estamos já há 26 meses no governo e temos experiência com reforma ministerial – afirmou Dirceu.
O presidente Lula anunciou nesta terça, dia 22, as indicações do deputado Paulo Bernardo (PP-PR) para a pasta do Planejamento e do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a Previdência Social. Lula frustrou assim a expectativa de uma ampla reforma para recompor a base de aliados no Congresso e costurar uma aliança para as eleições presidenciais de 2006.
Questionado sobre a ameaça do PP de passar para a oposição, um dos motivos alegados para a reforma restrita, Dirceu disse que não conversou com o partido. Lembrou que a legenda apóia o governo há dois anos e que se Lula convidasse o partido para participar do primeiro escalão, seus líderes aceitariam. Pouco antes, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE) havia afirmado, ao chegar a seu gabinete, que não deixaria a base do governo.
– Não, tá doido? Eu gosto é do governo.
Sobre o PMDB, que acabou ficando com os dois ministérios que já tinha, Comunicações e Previdência, Dirceu disse que nunca sentiu pressão do partido durante as negociações da reforma. Segundo ele, aconteceu o contrário, o partido teria colocado as pastas à disposição do presidente.
Na segunda, o senador do PMDB Renan Calheiros, disse preferia manter as Comunicações, pasta disputada pelo PP.
As informações são da agência Reuters.
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