| 11/03/2005 20h17min
Com o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de remanejar Aldo Rebelo para uma pasta de "prestígio", o ministro da Coordenação Política voltou a ser cogitado para o Ministério da Defesa. O vice-presidente da República, José Alencar, que comanda a pasta desde novembro disse abertamente nesta sexta-feira que seu "perfil é inadequado" para o posto.
O ministro, entretanto, ainda não tem indicações claras sobre seu futuro no governo. Na quinta, dia 10, ele foi chamado para uma conversa no gabinete de Lula, mas o assunto reforma ministerial não teria sido levantado. O nome do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) também entrou na lista especulação para a Defesa, mas ele negou tal possibilidade.
– Acho que é uma obra de imaginação muito grande. Porque na realidade eu fui presidente da República e tenho a consciência de que, como sou muito favorável à litúrgia do cargo (de presidente) eu não aceitaria nenhum cargo – disse ele a jornalistas em São Paulo.
Contra a indicação de Aldo pesa o fato de o ministro ser filiado ao PC do B. Setores das Forças Armadas o vêem com ceticismo, sobretudo devido ao conflito de interesses em relação abertura de arquivos sigilosos da época da ditadura militar (1964-1985) e supostos documentos da guerrilha do Araguaia, capitaneada pelo partido na década de 1970. Por tudo isso, um assessor de Aldo acredita que a mudança seria improvável.
Uma fonte palaciana dá como certa a substituição de Aldo pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP) na Coordenação Política. Nesta sexta, o deputado petista e ex-presidente da Câmara reuniu-se com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu – na quarta, ele esteve com Lula no Palácio do Planalto. Lula vem sendo pressionado por petistas para que o partido retome o comando da articulação política perdida no começo do ano passado, quando foi criado o ministério atualmente ocupado por Aldo.
– É importante o PT retomar a coordenação. A gente precisa uma nova uma organização. A coisa está muito ruim e não está funcionando. Isso é uma coisa que precisa ser resolvida – afirmou um deputado da cúpula petista que pediu para não ser identificado.
As declarações de José Alencar, de que não há qualquer impedimento para ele deixar o cargo, não foram recebidas com surpresa no ministério. O vice-presidente tem repetido sua insatisfação com a rotina da Defesa e que não se sente confortável no cargo.
As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.