| 11/03/2005 14h04min
O vice-presidente José Alencar recuou, nesta sexta, dia 11, das declarações de que o governo poderia fazer uma intervenção na Varig. A hipótese chegou a ser cogitada na quinta, dia 10. Segundo José Alencar, está sendo preparada uma saída de mercado para a companhia área.
– O Estado não deseja fazer nenhuma intervenção. O que o governo deseja é uma solução de mercado para a Varig através de entendimentos negociais da empresa com novos candidatos – disse Alencar a jornalistas após palestra na Escola de Comando e Estado Maior do Exército, no Rio de Janeiro.
O ministro disse que a proposta de intervenção na companhia foi defendida por um grupo de deputados e senadores que visitou seu gabinete na quinta-feira em Brasília. Ele informou que o governo aguarda um entendimento entre a Varig e grupos que têm interesse em ficar com o controle da companhia aérea.
– Há determinadas empresas que são candidatas a adquirir o controle da Varig. O governo não faz negócio, só pode abençoar um bom negócio que seja de interesse nacional. As empresas estão negociando com a Varig. Se chegarem a bom termo, obviamente o DAC (Departamento de Aviação Civil), o Ministério da Defesa e o governo irão examinar as condições – disse o ministro, sem esclarecer quais empresas.
O grupo português Pestana anunciou esta semana que quer comprar participação de 20% na Varig, desde que tenha direito à gestão do negócio.
Entretanto, Alencar informou que o governo desconhece uma proposta oficial da companhia de Portugal.
– Apenas ouvi falar, mas nunca fiz nenhuma reunião com o grupo – afirmou.
O ministro disse que ainda não nomeou o administrador na Vasp porque não foi comunicado oficialmente pela Justiça que a companhia está sob intervenção. Na quinta-feira, a Justiça do Trabalho de São Paulo determinou por meio de medida liminar o afastamento de toda a direção da empresa e nomeou a União como interventora pelos próximos 12 meses.
Além disso, Alencar afirmou que não tem o perfil adequado para ocupar o Ministério da Defesa, onde é titular desde novembro. Ele evitou incluir, no entanto, o seu cargo na reforma ministerial em andamento.
– Eu já falei aqui hoje: meu perfil é inadequado para a Defesa porque minha cultura é empresarial – disse Alencar a jornalistas, depois de realizar palestra a portas fechadas na Escola de Comando e Estado Maior do Exército, no Rio de Janeiro.
– Eu não entendo desses assuntos, tenho tido a colaboração, a ajuda, a solidariedade dos comandantes das três Forças. Estamos trabalhando juntos, mas eu não tenho a pretensão de ser ministro da Defesa, não – afirmou.
– Eu não sou ministro, eu estou ministro – disse, repetindo bordão antigo da política nacional.
Ao perguntarem se o ministro estaria indicando que deixará o cargo, ele respondeu:
– Não há nada, mas da minha parte não há nenhum impedimento.
As informações são da agência Reuters.
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