O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu apertar além do esperado pelo mercado o ajuste monetário, elevando a taxa básica de juros (Selic) pelo segundo mês consecutivo. A alta de 0,5 ponto percentual leva a Selic para 16,75% ao ano. A decisão foi unânime e sem viés, ou seja, uma nova alteração na taxa só pode ocorrer na próxima reunião do Copom.

Conforme o Boletim Focus divulgado na segunda-feira pelo BC, a alta está baseada na resistência da inflação em alguns segmentos do mercado, em especial os preços no atacado, cujos índices apontam expectativas de inflação acima de 12% no ano, e os aumentos dos preços monitorados (combustíveis, telefonia, energia e serviços em geral).

Conforme a pesquisa Focus, feita com cem economistas de bancos e consultorias, o Copom deve realizar mais duas altas na taxa Selic até o fim do ano. No mês passado, os diretores do BC sinalizaram que iriam começar uma subida moderada dos juros para enquadrar a inflação nas metas do governo. 

Na última segunda, dia 18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que a redução da taxa depende das condições de credibilidade que o Brasil tem.