O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, criticou neste sábado, dia 7, a divulgação de informações sigilosas através dos meios de comunicação sobre pessoas que são alvo de denúncias de corrupção ou suspeitas de cometer irregularidades. Ao comentar a atuação da CPI do Banestado, que teria pedido e obtido a quebra do sigilo fiscal de alguns dos principais banqueiros do país, Dirceu disse não temer abalo na economia, mas manifestou preocupação sobre a eventual divulgação dos dados.

– A CPI tem poderes para isso (pedir a quebra do sigilo fiscal). O problema todo é se mantém o sigilo dos documentos – afirmou o ministro, ao visitar o comitê eleitoral de campanha à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

Ele aproveitou para, mais uma vez, rebater os ataques de quem pede a saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alvo de quatro acusações de irregularidades fiscais nas últimas duas semanas. Segundo o ministro, Meirelles tem o dever de prestar esclarecimentos, como tem feito, sobre o depósito de US$ 50 mil na conta de um doleiro investigado por lavagem de dinheiro ou por ter um terreno cujo valor declarado é R$ 1.

– Até agora ninguém provou que tenha ilegalidade de crime em nada. Está-se discutindo, avaliando por vias que violam o sigilo e por vazamentos ilegais à imprensa. A questão em si tem que ser analisada. A Receita Federal, a Justiça têm que analisar. Se tem crime, tem que processar e condenar. Se não tem, é inocente. O que não pode é dizer que tem que sair do cargo já. Depois prova que tudo tem origem, que está tudo certo e aí, como faz? A pessoa está com a honra manchada e perdeu o cargo.

Com informações da Globo Online.