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 | 27/01/2004 21h59min

Sete novos ministros já assumiram suas pastas em Brasília

Cerimônias de transfência serão encerradas nesta quarta

A maratona de cerimônias de posse, realizadas nesta terça, dia 27, em Brasília, teve críticas veladas, daqueles que deixaram os cargos, e elogios por parte dos que ingressaram nas novas pastas. Em solenidades durante todo o dia, assumiram sete novos ministros em Brasília, faltando apenas serem empossados Aldo Rebelo, da nova pasta da Coordenação Política e Assuntos Institucionais, e Eduardo Campos, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Os dois ingressam oficialmente no governo na quarta, dia 28, às 11h e às 15h, respectivamente.

Na primeira transferência, o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque passou o cargo para Tarso Genro, que deixa o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Durante a entrevista coletiva, o ex-membro do primeiro escalão declarou ainda que parece não ter conseguido lidar com a Casa Civil, onde seus projetos paravam. Cristovam provocou o governo ao dizer que, se foi capaz de reformar a Constituição para tirar direitos dos aposentados, também poderia tê-la mudado para garantir que todas as crianças do país tivessem direito à escola.

– Grande parte das propostas que eu fiz e formalizei, paravam. Não vou dizer que paravam apenas porque não deram importância na Casa Civil. Acho que também porque eu dediquei pouco tempo a fazer com que andassem lá dentro – disse o ex-governador do Distrito Federal.

Cristovam criticou o governo federal pela falta de plano nacional de educação básica. Segundo ele, essa área fica a cargo de Estados e municípios.

Na posse de Nilcéa Freire na Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ex-ministra Emília Fernandes queixou-se durante a cerimônia da falta de dinheiro e de apoio político.

– Mesmo com as dificuldades e com um orçamento de R$ 4 milhões, conseguimos estruturar a secretaria e fazê-la funcionar com 50 pessoas articulando os movimentos sociais ligados às mulheres em todo país – disse Emília.

Nilcéa Freire foi a 14ª reitora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a responsável pela adoção de uma política de cotas para negros e estudantes de escolas públicas.

Durante a posse no superministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, prometeu tornar mais ágeis os programas de Segurança Alimentar e Combate à Fome e ampliar sua abrangência para os grandes centros urbanos.

– É uma determinação do presidente e um desejo nosso, levar os programas às cidades maiores – disse Patrus.

Patrus agradeceu aos ex-ministros Benedita da Silva (Assistência Social) e José Graziano (Fome Zero) por terem iniciado a implantação dos programas e disse não temer críticas e cobranças. Benedita não fez reclamações em seu discurso, mas ao deixar o local, disse a jornalistas que trabalhou com uma pasta praticamente sem orçamento e que realizou o que era possível. Já Graziano preferiu não comparecer à cerimônia. O ex-ministro enviou apenas uma carta, que foi lida durante a transmissão de cargo. Na carta, Graziano pede desculpas por não estar presente e afirma estar de férias com a família. 

O ministro Jaques Wagner tomou posse nesta terça, dia 27, na Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em substituição a Tarso Genro. Durante a cerimônia, Wagner disse que vai dar prioridade à geração de empregos. Sobre a sua saída do Ministério do Trabalho, Wagner deixou claro que não há mágoas.

– Nós não temos política de ministro, de ministério. Nós temos política de governo, que é discutida e trabalhada pelo presidente Lula – afirmou.

O ministério do Trabalho foi assumido também nesta terça por Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência. Ele disse que o governo está trabalhado para reduzir o desemprego, "independentemente de um dígito ou dois''.

– Na prática, quando se fala em um digito é porque nós estamos perto disso –  disse, referindo à taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 10,9% em dezembro.

Na Previdência, o novo titular da pasta, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse que a prioridade é pagar a correção das pensões e aposentadorias do INSS, conforme determinado pela Justiça para as pessoas que se aposentaram entre 1977 e 1988 e entre 1994 e 1997. Mas ressaltou que será preciso uma negociação já que o governo não tem os recursos para fazer os pagamentos rapidamente. Segundo ele, o objetivo seria garantir o pagamento dessas correções em até cinco anos.

Também nesta tarde, o segundo peemedebista no governo, o deputado Eunício Oliveira, assumiu o Ministério das Comunicações no lugar de Miro Teixeira.

As informações são da agência Reuters.

 
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