| 27/01/2004 08h50min
O novo ministro da Educação, Tarso Genro, afirmou na manhã desta terça, dia 27, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, que a reforma do ensino superior será uma de suas prioridades. Conforme Tarso, o ex-titular da pasta Cristovam Buarque criou uma situação favorável à revisão da estrutura universitária do país, abrindo caminhos para uma avaliação eficiente do ensino superior.
Tarso reiterou sua posição favorável à reserva de vagas para negros nas universidades, mas insistiu que esta é apenas uma alternativa que não acaba com o verdadeiro problema de ingresso no ensino superior: a exclusão social. Conforme o ministro, é preciso criar políticas educacionais concretas, que promovam a inclusão de todos a partir da alfabetização. O novo titular da pasta elogiou a atuação de Cristovam Buarque nesta área, afirmando que o ex-ministro entrará para a história do país como o homem que deu início à universalização da alfabetização.
Tarso afirmou que muitas universidades particulares não têm condições de fornecer um diploma de qualidade a seus alunos e disse que alguns cursos estão degrando o ensino universitário e a formação do profissional. O novo ministro anunciou que pretende tomar medidas concretas para que a avaliação de novos cursos seja rígida. Tal avaliação passaria por novas diretrizes do Ministério da Educação em relação à estrutura curricular dos cursos, à forma de ingresso no ensino superior, à qualidade da remuneração dos professores e aos padrões de financiamento da universidade.
Para Tarso, a proposta de avaliação dos cursos universitários elaborada por Cristovam Buarque é ideal, pois prevê a avaliação da relação da universidade com a comunidade, além da avaliação técnica, do ensino e do aluno. Conforme o ministro, o ensino superior não pode se adaptar a alunos com baixa qualificação, mas sim os alunos precisam ter condições de atender às exigências de uma universidade.
– O ensino não pode ser apenas uma possibilidade populista de acesso à universidade, mas sim uma possibilidade de qualificação – afirmou.
O ex-ministro Cristovam Buarque deixou a pasta da Educação tecendo críticas à falta de apoio da Casa Civil a seu trabalho e queixou-se do fato de não conseguir verbas ou aprovação para seus projetos. Para lidar com um orçamento limitado, Tarso disse que ainda não pode fazer promessas ou assumir compromissos. O novo titular da Educação pretende discutir o orçamento do ministério e verificar as possibilidades do governo Lula de colocar em prática novas propostas e muitos projetos já encaminhados pelo ex-ministro.
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