O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia no final da tarde desta quarta, dia 22, o rumo da taxa Selic, hoje em 20% ao ano. A aposta predominante entre os analistas é de um corte de um ponto percentual, embora uma ala de economistas acredite em queda de 1,5 ponto. Comportamento tranqüilo da inflação, câmbio abaixo de R$ 2,90 e recuo do risco-país nas últimas semanas, para a casa de 600 pontos justificam as previsões de que a taxa básica de juros cairá pela quinta vez seguida.

Na véspera do anúncio da decisão do Copom, o vice-presidente da República, José Alencar, condenou mais uma vez, em Belo Horizonte, o atual patamar dos juros e disse que há uma verdadeira "cultura" de altas taxas no país:

– O que há com taxas de juros no Brasil é que elas são incompatíveis com as atividades produtivas. Enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar com vantagem os custos de capital, nós não temos como retomar o desenvolvimento. É quase um regime de juros.

Alencar, no entanto, manteve a postura moderada nas críticas e evitou falar sobre a decisão do Copom a ser anunciada nesta quarta.

Nesta terça, durante a primeira parte da reunião do Copom, o presidente do BC, Henrique Meirelles, os diretores do banco e os chefes de departamento discutiram a situação da economia do país.