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Confronto entre manifestantes e polícia marca visita de Lula a Itajaí

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quinta, dia 24, em Itajaí para acompanhar o lançamento do navio gaseiro Metaltaque VI, alheio à manifestação dos servidores públicos federais que protestavam contra a reforma da Previdência.

A determinação do serviço de segurança da presidência da República para que os manifestantes fossem retirados da área próxima ao Estaleiro Itajaí S/A e colocados a uma distância de pelo menos um quilômetro do local onde Lula ficaria terminou em confronto e tumultos entre servidores e policiais militares.

A decisão de esvaziar a área acabou revoltando os manifestantes, que tentaram vencer a barreira montada pela Polícia Militar (PM). Para conter o protesto, policiais militares recorreram a bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Quatro manifestantes foram detidos, sendo que dois chegaram a ser algemados, mas foram liberados em seguida.

O comando da PM estima que mil pessoas participaram da manifestação, realizada nas ruas próximas ao estaleiro. O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar em Itajaí, Jorge Luiz de Gomes, relatou que o tumulto foi provocado por uma minoria entre os manifestantes. A Polícia Militar colocou 180 soldados nas ruas para proteger o presidente. Outras 200 pessoas faziam a segurança interna no estaleiro.

A situação mais grave envolveu o sindicalista Eriberto Borgert, de Indaial, e pelo professor da rede pública estadual Moacir da Costa, lotado em Itajaí. Depois de ser derrubado e imobilizado por uma guarnição da Polícia Militar, Borgert foi algemado. Ainda caído, Borgert disse que enfrentava um dos piores momentos de sua vida de sindicalista.

– Não esperava tanta truculência deste governo – lamentou.

Costa, por sua vez, foi detido quando os manifestantes tentavam vencer o cordão de isolamento formado pela PM. O professor disse que foi empurrado pelos companheiros contra o cordão de isolamento e acabou detido pelos policiais militares.

De acordo com Raquel Moysés, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) , a categoria reivindica uma Previdência Social única. O diretor do Sindicato dos Auditores Fiscais, Gelson Santos, destaca que a intenção das manifestações é obrigar o governo federal a abrir um canal de negociação com os trabalhadores.

Os manifestantes deixaram as ruas do município pouco depois do confronto com a Polícia Militar.

ADÃO PINHEIRO / JORNAL DE SANTA CATARINA
 
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