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 | 21/07/2003 10h17min

MST decide retomar marcha até Vila Block

Ruralistas dizem que continuarão vigilantes

Os agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiram retomar a marcha até Vila Block, que fica a 12 quilômetros do Viaduto da Várzea do Passo Verde, após assembléia realizada na manhã desta segunda, dia 21. Os colonos já estão desmontando as barracas e lonas instaladas às margens da BR-392, nas proximidades da ponte, desbloqueada pelos ruralistas nesta madrugada.

Os integrantes do MST deverão acampar em propriedade que fica a 32 quilômetros de São Sepé, cedida por fazendeiro simpatizante ao movimento. Nenhum produtor rural irá monitorar o trajeto, apenas efetivos da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal acompanham a marcha que deverá durar três horas. O fim da chuva motivou a decisão de continuar a caminhada.

A rodovia, que foi palco de uma impasse que começou na manhã de sábado, dia 19, e seguiu até a madrugada desta segunda, dia 21, está com trânsito liberado. O fim do conflito, conquistado após a liberação da passagem pelos produtores rurais, ocorreu devido ao comprometimento de Brigada Militar de escoltar a marcha dos agricultores.

O secretário da Justiça e Segurança, José Otávio Germano, prometeu que os colonos serão cadastrados pela BM e as crianças que seguem na caminhada devem ser retiradas. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) irá observar a identificação.

Após o acordo, José Otávio Germano declarou que era preciso que se produzisse a paz, garantindo, desta forma, o Estado de Direito. O presidente da Associação Rural e Santa Maria, Rodrigo Menna Barreto, um dos responsáveis pelo bloqueio da ponte, revelou que os ruralistas estarão vigilantes às ações do movimento. Segundo ele, o Sindicato de São Sepé ficou responsável pelo monitoramento do MST.

A marcha dos sem-terra foi retomada na última sexta, dia 18. Os colonos pretendiam deixar o município de São Sepé e prosseguir mais 18 quilômetros na manhã do último sábado em direção a São Gabriel, onde fica a área do agropecuarista Alfredo Southall – cuja desapropriação, determinada pelo governo federal, foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

As informações são do repórter Leandro Staudt da Rádio Gaúcha.

 
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