| 17/07/2003 20h52min
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, foi aplaudido com grande entusiasmo nesta quinta, dia 17, ao discursar no Congresso dos Estados Unidos a favor da guerra contra o Iraque. Blair foi o primeiro premiê britânico a discursar na casa norte-americana desde a conservadora Margaret Tathcer, em 1985.
No pronunciamento de 40 minutos, Blair agradeceu a Bush "por sua liderança" e disse que a História inocentará a invasão do Iraque e perdoará os EUA e a Grã-Bretanha, mesmo que nenhuma arma de destruição em massa seja encontrada pelas tropas aliadas que ocupam aquele país do Golfo.
Numa defesa apaixonada do ataque ao Iraque, Blair disse aos parlamentares americanos que a derrocada do regime de Saddam Hussein era justificada, a despeito da existência ou não das propaladas armas proibidas, para gerações futuras.
– Podemos estar certos de que terrorismo e armas de destruição em massa se unirão? Deixem-me dizer uma coisa: se estivermos errados, teremos destruído uma ameaça, que ao menos era responsável por carnificinas desumanas e por sofrimento. Estou certo, a História nos perdoará – disse Blair, no mais importante discurso da política externa de seu mandato de seis anos.
Entrando para a história como o quarto premiê britânico a discursar no Congresso americano, Blair tentou reagir aos críticos que o acusam de ser "o poodle de Bush". Ele fez referência à atmosfera hostil que enfrenta na Grã-Bretanha, enquanto agradecia aos legisladores americanos por suas boas-vindas.
– Estou profundamente tocado pelas boas-vindas calorosas e generosas. É mais do que mereço e mais do que estou acostumado, sinceramente – disse ele.
Os deputados e senadores americanos ficaram de pé para aplaudir Blair 17 vezes e deram 18 rodadas de aplauso, num discurso com recepção semelhante ao que o presidente George W. Bush pronuncia para falar aos EUA anualmente para falar sobre a União.
– Foi provavelmente a mais calorosa recepção que vi a um líder estrangeiro – disse o senador democrata Tom Daschle.
Blair e seu aliado Bush estão sob fogo cruzado de opositores, que os acusam de ter manipulado dados de seus serviços secretos para justificar a invasão do Iraque. O que deveria ser um período de triunfo, após a rápida queda de Saddam, transformou-se num verdadeiro pesadelo político para os aliados, que enfrentam o desafio da reeleição dentro de relativamente pouco tempo.
Blair encontrou Bush após seu discurso no Congresso e os dois responderam a perguntas da imprensa, a maioria sobre a crise de credibilidade que os dois líderes enfrentam em seus países. As informações são da Globo News.
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