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O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta terça, dia 8, que, sem a aprovação da reforma, o sistema previdenciário dos maiores Estados do país e da União corre o risco de se tornar insustentável no médio prazo.
– Se qualquer um de vocês olhar as contas dos principais Estados sobre previdência e da União vocês vão chegar à simples conclusão de que essas contas estão ao longo do tempo insustentáveis – afirmou Palocci ao deixar café da manhã com as lideranças da base aliada do governo na Câmara.
O encontro aconteceu no apartamento do líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Segundo relato do líder do PTB na Câmara, deputado Roberto Jefferson (RJ), durante a reunião, Palocci teria alertado para o risco de os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul "quebrarem" no prazo de cinco anos caso a reforma da Previdência não for aprovada.
Palocci negou ter falado em quebradeira, mas insistiu que é preciso reformar a Previdência para garantir o direito dos servidores públicos dos Estados, municípios e União de receber aposentadoria. Nesta terça, os servidores públicos federais iniciaram uma paralisação em protesto contra a reforma da Previdência.
– Eu não uso esses termos. É importante inclusive que todos entendam, e os servidores também, que os direitos têm que ter sustentabilidade do sistema. É a garantia do direito de ter aposentadoria. Se qualquer um olhar as contas vê que é insustentável. O déficit do INSS no ano que vem será de R$ 20 bilhões – disse ministro.
O ministro não quis responder perguntas específicas sobre a greve dos servidores, alegando que não tinha muitas informações sobre o movimento. Palocci comemorou ainda o fato de as expectativas do mercado para a inflação terem permanecido em queda após a decisão do Banco Central de junho de reduzir a taxa básica de juros para 26% ao ano.
– É isso que mostra que há sustentabilidade de uma curva declinante de juros no próximo período. Estamos falando de tendências, as tendências estão claramente estabelecidas e por isso o Brasil pode hoje ter uma pauta de crescimento – disse Palocci, frisando que não fazia referência necessariamente à próxima reunião do Comitê de Política Monetária, nos dias 22 e 23 de julho.
Nesta segunda, a pesquisa semanal do BC mostrou que o mercado financeiro revisou para baixo, pela quinta semana consecutiva, sua projeção para 2003 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, para 11,02%.
Palocci afirmou, ainda, que o governo deverá manter em 2% ao mês a taxa sugerida para empréstimos a titulares de contas simplificadas ou de baixa renda, como anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há duas semanas. Há uma semana, o ministro havia sugerido que essa taxa poderia ser elevada, atendendo a uma reivindicação dos bancos, que argumentam que ela é excessivamente baixa.
– A taxa da microfinanças nós vamos fechar na próxima semana no Conselho. A nossa avaliação por enquanto é que deve ficar em torno desse valor (de 2% ao mês) – afirmou o ministro nesta terça.
Com informações da agência Reuters e Globo News.
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