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A Casa Branca admitiu pela primeira vez que o presidente George W. Bush se baseou em dados incompletos e possivelmente incorretos quando afirmou, no discurso do Estado da União, que Saddam Hussein tentara comprar urânio do Níger. Diversos jornais norte-americanos publicaram a notícia bombástica na edição desta terça, dia 8.
A declaração oficial derruba, conforme o jornal New York Times, um dos principais motivos apresentados pelos Estados Unidos para justificar a guerra ao Iraque, já que o urânio não estaria sendo usado num programa nuclear secreto. O ex-embaixador americano no Níger Joseph C. Wilson revelou no último domingo, dia 6, ter advertido as autoridades americanas de que as informações sobre o urânio eram falsas.
– Sabendo o que sabemos agora, a referência à tentativa do Iraque de adquirir urânio da África não deveria ter sido incluída no discurso do Estado da União – disse uma autoridade do governo Bush em um comunicado.
Segundo o jornal The Washington Post, o comunicado apareceu como resposta a perguntas sobre o relatório de uma comissão parlamentar de inquérito da Grã-Bretanha, que levantou dúvidas a respeito da credibilidade de informações de serviços de inteligência britânicos citadas por Bush em seu discurso de 28 de janeiro. Também em situação delicada, o premiê britânico, Tony Blair, aliado dos EUA no conflito contra o Iraque, rejeitou hoje, em comissão parlamentar, a acusação de que enganou os britânicos sobre a existência de armas de destruição em massa no território iraquiano.
O comunicado, divulgado na noite de segunda, dia 7, reconhecia efetivamente ter sido um erro a afirmativa feita pelo presidente de que o país árabe havia tentado obter urânio junto a africanos, disse o Post. Nenhum porta-voz da Casa Branca quis fazer comentários sobre o assunto.
Atualmente há um debate nos EUA e na Grã-Bretanha sobre as acusações de que os governos norte-americano e britânico adulteraram informações sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque a fim de ganhar apoio na guerra contra o país árabe.
Até agora, mais de três meses depois da queda do governo iraquiano, nenhum sinal dessas armas foi encontrado no território ocupado.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um braço da Organização das Nações Unidas (ONU), rejeitou em março um relatório de que o Iraque tivesse tentado comprar urânio de Níger. Segundo a agência, os documentos apresentados eram falsificados.
As informações são da Globo News e da agência Reuters.
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