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 | 28/06/2003 13h37min

Mesmo com risco de expulsão, radicais continuam a criticar governo

Comissão de ética do PT começa a julgar parlamentares neste fim de semana

Na alça de mira da comissão de ética do PT, os radicais do partido não voltaram atrás em suas afirmações contra as reformas propostas pelo governo. Neste sábado, dia 28, quando se iniciaram os trabalhos da comissão para julgar o comportamento do grupo, a senadora Heloisa Helena (AL), a deputada federal Luciana Genro e o também deputado federal João Batista de Araújo, o Babá, acusaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter mudado de opinião e estar dando continuidade à política econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A gaúcha Luciana Genro disse que é favorável à disciplina partidária e que o governo não está implementando as decisões tomadas no último encontro nacional do PT. Segundo ela, no último encontro o partido  votou que o governo Lula seria de ruptura, mas o que há é a continuidade da política econômica e total submissão ao FMI e, agora, até mesmo à Alca.

Babá, por sua vez, chegou para depor afirmando que o presidente Lula e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, é que deveriam prestar contas com o partido.

O secretário-geral de organização do PT, Sílvio Ferreira, o Silvinho, afirmou, porém, que os três parlamentares estão tendo a última oportunidade de se comprometerem, com a Comissão de Ética, a votar no Congresso Nacional de acordo com a decisão da maioria do partido. Segundo ele, se eles não se comprometerem em votar com o partido estarão sujeitos à aplicação de medida disciplinar, inclusive a expulsão. Ele citou como exemplo o caso do deputado João Fontes, que será julgado diretamente pelo Diretório Nacional por ter divulgado fitas antigas nas quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticava as reformas.

Além dos parlamentares, a comissão ouvirá as pessoas arroladas por eles, que farão a defesa dos acusados de falta de ética e de conduta que fere a disciplina do partido.  A decisão do diretório deverá ser tomada somente em setembro. Na reunião marcada para os próximos dias 12 e 13, o PT apenas vai decidir fechar questão quanto às reformas no Congresso.

 
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