Mesmo depois de ser punida com a suspensão pela bancada do PT da Câmara, a deputada federal Luciana Genro (RS) mantém o discurso contrário às reformas encaminhadas pelo governo federal ao Congresso. Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, a parlamentar –  proibida de falar em nome do partido desde quarta, dia 21 – criticou novamente a manutenção da taxa de juros de 26,5%, decidida durante reunião do Cômite de Política Monetária(Copom). Luciana reiterou nesta quinta, dia 22, que não irá compactuar com uma política que, segundo ela, só favorece o sistema financeiro.

Sobre a fita de 1987 com declarações do presidente, a deputada afirmou não ter sido a responsável pela divulgação dos áudios, nas quais Lula falava mal de atuais aliados e contra as reformas hoje propostas por ele. A deputada reforçou que o deputado João Fontes (SE) – também suspenso  por tempo indeterminado das atividades da bancada petista – apenas repercutiu o material que já estava sendo divulgado.

Comentando sobre a mudança de opinião de Lula, ela disse que todos têm o direito de alterar o pensamento. Entretanto, observou que um partido com origem na classe trabalhadora deve se manter coerente. Luciana ressaltou que mudanças bruscas de opinião acometaram membros do governo depois das eleições. Segundo ela, os dissidentes reivindicam o direito de defender as mesmas idéias que apregoavam anteriormente.

Ao avaliar a medida tomada pelo PT, Luciana declarou ser uma decisão drástica. Ela frisou que não mudará de opinião e seguirá para a Comissão de Ética do partido preocupada, mas com a consciência tranqüila. Conforme a deputada, o apoio as decisões políticas dos parlamentares contrários às propostas governistas têm crescido muito tanto no partido quanto na sociedade.